Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 9 de novembro de 2018
A produção industrial brasileira em setembro caiu em sete dos 15 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na comparação com agosto, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (09).
Os recuos mais intensos foram registrados no Amazonas (-5,2%), São Paulo (-3,9%), Bahia (-3,3%) e Paraná (-3,1%). Por outro lado, Ceará (3,7%) e Pará (3,5%) apresentaram os maiores avanços no mês. Pernambuco (1,7%), Goiás (1,4%), Rio Grande do Sul (1,3%), Rio de Janeiro (1%), Espírito Santo (0,9%) e Mato Grosso (0,9%) completaram o conjunto de locais com resultados positivos.
Na média do País, a produção da indústria teve queda de 1,8% em setembro frente ao mês anterior, conforme anteriormente divulgado pelo IBGE. Foi a terceira queda seguida e o pior resultado para setembro desde 2015. No acumulado no ano e em 12 meses, no entanto, a produção continua registrando alta, de 1,9% e de 2,7% respectivamente.
“Olhando essa taxa anualizada, temos uma visão de longo prazo. O comportamento regional é o mesmo da indústria nacional, no sentido de perda de ritmo de produção. Quando esse cenário de incertezas se dissipar, aí vamos confirmar esse comportamento de longo prazo. Por enquanto é apenas um alerta”, apontou o analista do IBGE Bernardo Almeida.
Segundo ele, o contexto econômico e político do País tem relação direta com a retração da indústria porque traz “incertezas aos produtores e aos consumidores, causando retração nas tomadas de decisão, o que provocou essa desaceleração”.
São Paulo puxa queda novamente
Assim como ocorrido em agosto, São Paulo voltou a puxar a queda da indústria nacional. O Estado registrou recuo de 3,9% de sua produção em setembro, exercendo o maior impacto na queda de 1,8% da produção nacional, segundo destacou o IBGE. Foi o terceiro mês seguido de resultado negativo para o País e para São Paulo, que acumulou baixa de 1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período de 2017.
De acordo com o IBGE, o desempenho paulista foi prejudicado, em grande medida, pela redução na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias. Ele enfatizou que o Estado concentra 34% da indústria do País, daí o impacto negativo de seu desempenho sobre a produção nacional.
A queda de 14,8% no Amazonas foi puxada pelo setor de bebidas, que tem grande peso na região. Apesar da magnitude da queda, o impacto na produção nacional é pequeno, uma vez que o Estado representa apenas 3% da indústria brasileira.
Recuperação lenta
Com o desemprego elevado e baixo nível de investimento e consumo, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento. No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.
Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é de que a economia cresça 1,36% em 2018, menos da metade do que era esperado no começo do ano.