Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de março de 2018
As montadoras Renault e Nissan estão negociando uma fusão, buscando solidificar a parceria que as duas têm há duas décadas sob uma só ação, enquanto uma guinada sem precedentes em direção aos carros elétricos e compartilhados transforma a indústria, disseram à Bloomberg pessoas com conhecimento do assunto.
Um acordo encerraria a atual aliança entre as duas companhias e as uniria como uma só corporação, informaram as fontes. Hoje, a Renault tem 43% da Nissan, enquanto a montadora japonesa tem 15% da parceira francesa.
Carlos Ghosn, diretor executivo das duas empresas, está conduzindo as negociações e comandaria a entidade combinada que resultaria da fusão, segundo as fontes.
A nova gigante seria uma rival mais forte para Volkswagen e Toyota, permitindo que as parceiras compartilhem melhor os recursos, conforme a indústria muda em direção de veículos movidos a novas energias, direção autônoma e serviços de compartilhamento de carros.
Tamanho é documento
Enquanto a aliança entre as duas montadoras trouxe economias, a estrutura fragmentada de posse impediu que as empresas colhessem todos os lucros de sua união.
“Tamanho é documento na indústria automotiva”, disse Janet Lewis, uma analista da Macquarie. “A preocupação tem sempre sido, primariamente, o governo francês e um pouco o Japão, porque tanto o Japão quanto a França gostam de manter seus campeões nacionais”, completou.
A nova empresa poderia manter duas sedes: uma no Japão e uma na França.
Chegar a um acordo, porém, pode se mostrar bastante difícil, dizem as fontes. O governo francês tem 15% da Renault e pode ficar relutante em ceder o controle de sua fatia ou ter sua posição diluída.
Os governos dos dois países teriam de aprovar o acordo e podem ter opiniões fortes sobre onde a companhia combinada seria domiciliada, disseram as fontes. Uma possibilidade seria escolher uma terceira nação, como Inglaterra ou Holanda.
As fontes alertam que as negociações vêm acontecendo há meses e podem não resultar em qualquer acordo.
Um porta-voz da aliança Renault-Nissan disse que o grupo não comenta rumores e especulação, enquanto um porta-voz do ministério das Finanças da França não quis comentar. Representantes da Nissan e da Renault também não quiseram comentar.