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Mundo A Rússia desmentiu a necessidade de abstinência de álcool por 42 dias a quem se vacinou contra o coronavírus

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A vacina russa Sputnik V requer que o paciente fique apenas seis dias sem beber e não 42. (Foto: Reprodução)

A vacina russa Sputnik V requer que o paciente fique apenas seis dias sem beber, disse Alexander Gintsburg, diretor do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleia. “Recomendamos fortemente evitar o álcool por três dias após cada injeção”, disse a repórteres nesta quarta-feira (9). O comunicado do líder do instituto russo que produz a imunização rebate a fala da médica Anna Popova, do Ministério de Saúde russo, que aconselhou a abandonar o álcool por duas semanas antes da vacinação e 42 dias depois.

A declaração de Popova teve grande repercussão num país em que o consumo por álcool é elevado. Segundo relatório de 2010 do Ministério de Saúde da Rússia, quase 40% dos russos consomem álcool em excesso.

O Kremlin oferece vacina grátis aos russos, ainda céticos sobre a eficácia. Um levantamento em outubro feito pelo Levada Center, instituto de pesquisas independente, mostrou que mais da metade dos entrevistados, 59%, não receberiam a imunização contra o coronavírus; apenas 27% confiam nos dados oficiais sobre a covid-19 no país.

A Rússia informou nesta quarta 26.190 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, incluindo 5.145 em Moscou, elevando o total nacional para 2.541.199 desde que a pandemia começou. Autoridades disseram que 559 morreram nas últimas 24 horas, empurrando o número oficial de mortos para 44.718.

Ceticismo

Aleksei Zakharov, um professor de economia de Moscou, injetou a vacina russa contra o coronavírus em seu braço no fim de semana. Conseguir a dose foi uma decisão fácil, disse ele – não porque o governo russo disse que era seguro, mas porque dezenas de russos compartilharam sua experiência nas redes sociais.

“Eu confio na coleta de informações (por redes sociais) muito mais do que no que o Estado diz, pelo menos antes que os resultados dos testes estejam disponíveis e publicados em uma publicação médica”, disse Zakharov, já sem febre moderada – um efeito colateral da vacina. “Não há opção segura e sem risco aqui. Ou você toma a vacina ou corre o risco de ficar doente”.

A Rússia disponibilizou sua vacina contra o coronavírus gratuitamente nos últimos dias para professores, assistentes médicos e funcionários do serviço social com menos de 61 anos em Moscou. Porém, ainda mais do que no Ocidente, a falta de confiança está prejudicando o lançamento de uma vacina pela Rússia: os cientistas do país podem muito bem ter feito grandes avanços no combate à pandemia, mas muitos russos não acreditam.

Enquanto a desconfiança cresce, o país tem média de 500 mortes por dia. O governo, em parte, é o culpado. O presidente Vladimir Putin proclamou em agosto que a Rússia se tornou o primeiro país do mundo a aprovar uma vacina para o novo coronavírus, com grande alarde na mídia estatal, embora não tenha sido testada em um ensaio médico em larga escala.

Putin disse que a vacina funcionou “com eficácia suficiente”, dada a emergência de saúde, mas os críticos acusaram-no de estar causando um curto-circuito no processo estabelecido há muito tempo para desenvolver vacinas seguras.

Em levantamento posterior, um instituto de pesquisas independente, o Levada Center, descobriu que a ação bombástica pode ter apenas aprofundado as suspeitas dos russos: em outubro, 59% dos entrevistados disseram que não receberiam uma vacina contra o coronavírus, mesmo que fosse voluntária e gratuita.

Denis Volkov, vice-diretor da Levada, disse que a resposta típica era: “Por um lado, estamos felizes por sermos os primeiros. Mas não vamos tomar nós mesmos – vamos deixá-la passar pelas aprovações.”

“Não estou planejando ser vacinado porque metade das pessoas diz que não é uma ideia particularmente boa”, disse Valery Patrin, um músico de orquestra de jazz de 21 anos. “Não há como a vacina ser testada normalmente.”

Aleksei Navalni, o líder da oposição russa que agora se recupera na Alemanha de um ataque de agente nervoso, também expressou dúvidas sobre a segurança da vacina, conclamando altos funcionários do governo a se vacinarem “sob o olhar de médicos e jornalistas.”

Embora muitos membros da elite russa – desde altos executivos de negócios e governadores ao editor da rede de televisão RT do Kremlin – tenham dito que já receberam a vacina, o próprio Putin não tomou, embora diga que uma de suas filhas sim.

A entidade governamental russa que fabrica a vacina que agora está sendo distribuída afirma que seu produto é 95% eficaz, mas especialistas externos não acreditam nessas afirmações. O nome da vacina, Sputnik V, sugere que o Kremlin vê a vacina como parte de sua competição com o Ocidente: o Sputnik foi o primeiro satélite lançado pela União Soviética, em 1957, um ponto alto de Moscou durante a Guerra Fria.

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https://www.osul.com.br/a-russia-desmentiu-a-necessidade-de-abstinencia-de-alcool-por-42-dias-a-quem-se-vacinou-contra-o-coronavirus/ A Rússia desmentiu a necessidade de abstinência de álcool por 42 dias a quem se vacinou contra o coronavírus 2020-12-09
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