Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2018
A Rússia disse nesta sexta-feira (6) que está impondo taxas adicionais de importação sobre alguns produtos industriais dos Estados Unidos depois que os EUA impuseram tarifas sobre as importações de aço e alumínio e alertou que mais medidas de retaliação podem ser adotadas, em um contexto de guerra comercial global. O Ministério da Economia russo já havia alertado que o país iria impor tarifas extras a alguns produtos americanos, para os quais há substitutos russos.
As tarifas extras de 25% a 40% serão aplicadas às importações de fibras óticas e equipamentos para construção de estradas, indústria de petróleo e gás, além de processamento de metais e mineração. O ministério disse que as medidas, que foram assinadas pelo primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev, pretendem compensar os US$ 87,6 milhões de prejuízos sofridos pelas empresas russas com foco nas exportações, como resultado das tarifas de metais dos EUA. O aumento da tarifa nos EUA custará US$ 537,6 milhões e a Rússia tem o direito de impor mais medidas compensatórias no futuro, disse o Ministério da Economia.
Disputa entre China e EUA pode levar Brasil a ter de importar soja
O Brasil, maior exportador mundial de soja, poderá ter de importar a oleaginosa dos Estados Unidos neste ano para atender à demanda de processadores locais, disse um executivo da Anec (Associação Nacional dos Exportadores). Se a demanda da China por soja brasileira aumentar diante da guerra comercial com os Estados Unidos, os processadores locais poderão ter de recorrer à importação de 500 mil a 1 milhão de toneladas dos Estados Unidos, disse Luis Barbieri em um evento em São Paulo.
A China anunciou tarifas de 25% a uma série de produtos dos EUA, que devem entrar em vigor a partir de sexta-feira (6). “Esse é um dos momentos mais incertos na história recente do comércio de grãos”, disse Barbieri, referindo-se à disputa comercial. O Brasil, que também é um dos maiores produtores de soja do mundo, deverá exportar um recorde de 73,5 milhões de toneladas neste ano, segundo previsões da consultoria Agroconsult. Em junho, o governo estimou que as exportações brasileiras de soja em 2018 devem totalizar 72 milhões de toneladas.
A Agroconsult disse que manterá sua previsão de exportação apesar das preocupações relacionadas aos custos de frete no Brasil, que aumentaram desde que o governo impôs preços mínimos como uma das medidas para encerrar a greve dos caminhoneiros que paralisou as rodovias em maio.
Houve anos em que as importações eram necessárias para manter os processadores de soja funcionando durante o período de entressafra, disse Fábio Meneghin, sócio da Agroconsult, no intervalo do evento. “Trazer a soja de outros países não é sem precedentes”, disse ele. A Agroconsult vê a produção brasileira de soja nesta temporada em 118,9 milhões de toneladas.