Quinta-feira, 09 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 4 de abril de 2020
A Rússia anunciou na última semana a suspensão temporária todos os voos de entrada e saída do país, inclusive os de repatriação de cidadãos, para limitar a possibilidade de uma nova onda de infecções de coronavírus.
O centro operacional de combate ao coronavírus disse que a suspensão se aplica a todos os voos fretados que levam russos para casa e estrangeiros para fora, e que aqueles que quiserem voar terão que preencher um formulário especial que estará disponível a partir de sábado.
O governo disse que alocou o equivalente a 6,5 milhões de dólares para o Ministério das Relações Exteriores pagar pela estadia temporária dos cidadãos retidos no exterior.
A Rússia, que já relatou 4.149 casos do coronavírus e 34 mortes, suspendeu todos os voos internacionais regulares no dia 27 de março, mas havia dito que os voos para repatriar cidadãos continuariam.
Na quarta-feira, a chancelaria russa disse que 25 mil russos no exterior pediram ajuda para voltar para casa, e que muitos ainda estão retidos porque as medidas para conter a proliferação do coronavírus limitam as opções de viagem.
Um voo da Aeroflot de Moscou a Nova York foi cancelado nesta sexta-feira depois que os passageiros já haviam embarcado, apesar das garantias dadas um dia antes de que ele aconteceria, disse a embaixada dos Estados Unidos em Moscou em uma mensagem aos passageiros vista pela Reuters.
A embaixada disse que, apesar das garantias, a Rússia ordenou cancelamentos sem aviso prévio.
Pico de Pandemia
O presidente do Instituto Superior da Saúde (ISS) da Itália, Silvio Brusaferro, afirmou na última semana, que o país atingiu o pico da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A declaração chega um dia após a Itália ter registrado o menor aumento percentual no número de casos desde que a Defesa Civil passou a divulgar apenas um balanço diário, em 28 de fevereiro, com crescimento de 4,1% – já são oito dias seguidos de expansão inferior a 10%.
Mas, segundo Brusaferro, isso não quer dizer que os contágios começarão a cair imediatamente. “A curva [da epidemia] nos diz que chegamos a um platô”, afirmou o presidente do ISS, órgão técnico-científico subordinado ao Ministério da Saúde da Itália, em uma coletiva de imprensa em Roma.
“Dizer que chegamos a um platô significa que chegamos ao pico, mas este não é uma ponta, é um planalto do qual agora precisamos descer”, acrescentou. Sua declaração indica que a curva de contágios na Itália deve se manter estável por um tempo, antes de começar a cair.
Brusaferro ainda alertou que o eventual relaxamento das medidas de confinamento pode fazer a pandemia ganhar força novamente. “Precisamos ser cautelosos”, disse.
A Itália registra 101.739 casos do novo coronavírus, de acordo com o balanço divulgado pela Defesa Civil nesta segunda-feira, e 11.591 mortes. O número de óbitos por dia continua elevado (812 em 30 de março), mas esse dado não está necessariamente ligado ao ritmo de novos contágios.
Como o país ainda tem 3.981 pessoas internadas em UTIs, é provável que os efeitos da desaceleração da pandemia ainda levem algum tempo para se refletir na quantidade de mortes. “É preciso um intervalo maior para ver os resultados nos falecimentos”, disse nesta segunda o presidente do Conselho Superior da Saúde (CSS), Franco Locatelli.