Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de junho de 2018
A Seleção Brasileira mostrou contra a Sérvia, em Moscou, no confronto que selou a classificação às oitavas de final do Mundial, o melhor desempenho da primeira fase no quesito psicológico. Desta vez não teve cartão por reclamação, embates com a arbitragem ou cai-cai deliberado. Muito menos choro ao término da partida.
Na delegação atual, o controle mental faz parte das atribuições de Tite. Nitidamente, a postura recente do treinador foi no sentido de deixar o ambiente mais leve. Não só entre os jogadores, mas também no contato com a imprensa. E o próprio treinador admitiu isso.
Na coletiva após a vitória por 2 a 0, Tite ressaltou a demanda por um jogo de cintura para fazer a leitura correta da fogueira que é a seleção: às vezes é preciso aumentar, mas em outros momentos é preciso resfriar.
“A gente trabalha um pouquinho com o fiel da balança”, disse Tite, que lembrou que o Mundial envolve relações humanas. “E eu tenho que sentir como se estabelecem o vestiário, os atletas, a alegria, o orgulho. Se está pilhado, joga para menos. Se está pouco, jogo para mais. O estágio evolutivo da equipe… Tem mais a crescer. Está dentro do que buscamos, vem crescendo, mas a busca é padrão igual para melhor”, comentou o treinador.
No treino de terça-feira, véspera do decisivo confronto com os sérvios, o clima entre os jogadores já estava mais leve: brincadeiras e caretas nos 15 minutos abertos à imprensa. Quando a bola rolou, viu-se um Brasil focado, controlando o jogo e que não se desesperou mesmo quando foi pressionado em maior escala, no início do segundo tempo.
As amostras individuais de serenidade também servem como extrato da estratégia de equilibrar a mente. Neymar não tomou cartão e não reclamou de forma excessiva da arbitragem. Buscou menos o enfrentamento e apostou mais na verticalização das jogadas.
A manutenção da postura do time será ainda mais fundamental daqui em diante no Mundial. Afinal, o mata-mata já começa na segunda-feira, em Samara, contra o México:
“Se puder resumir, a margem de erro diminui muito. O nível de concentração é altíssimo, não pode diminuir”, pontuou o técnico.
Defensivo
Não foi por vontade de Tite, mas a Seleção Brasileira experimentou na partida contra a Sérvia o bônus e o ônus de ter Filipe Luis na lateral esquerda, em vez de Marcelo. Reserva de características bem diferentes, ele acabou sendo um reforço bem vindo em uma partida em que o Brasil foi pressionado pela primeira vez no Mundial.
Uma comparação entre o mapa de calor dos dois jogadores talvez fale mais do que mil palavras. Reconhecidamente mais defensivo, Filipe Luis foi um reforço a mais na proteção à zaga, inclusive aparecendo mais centralizado, quando foi preciso. Uma diferença e tanto em relação ao rastreamento da movimentação de Marcelo em campo, muito mais ponta e meia esquerda do que marcador.
“Todos sabem das qualidades do Marcelo. Os reservas precisam estar sempre prontos para entrar e ajudar a equipe quando é preciso. O professor sempre ressalta esse papel dos que não estão jogando. Se for preciso, estarei à disposição novamente”, frisou o jogador do Atlético de Madrid.