Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2018
A vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno da eleição presidencial de domingo (07) – 46% contra 29% do segundo colocado, o petista Fernando Haddad – foi destaque na imprensa mundial.
Os jornais The New York Times, Financial Times e El País e a rede de televisão britânica BBC emitiram alertas em seus aplicativos em todo o mundo após a confirmação do segundo turno, por volta das 21h em Brasília.
“Os votantes deram uma vitória de primeiro turno a Jair Bolsonaro, que atordoou a política tradicional ao crescer entre uma campanha presidencial lotada apesar de seu longo histórico de declarações ofensivas sobre mulheres, negros e gays”, diz o texto do New York Times.
A eleição brasileira estava no alto do site dos quatro e de outros jornais como o britânico The Guardian e o francês Le Monde. As publicações europeias referiram-se ao deputado como um candidato de extrema-direita.
“Estes resultados oferecem ao candidato do Partido Social Liberal, saudoso declarado da ditadura militar, uma vantagem bem superior à apresentada nas pesquisas antes da eleição”, disse a publicação francesa.
O El País relembra o histórico de declarações polêmicas. “Um político autoritário, racista, machista, homofóbico. Um adorador da ditadura que colocou o Brasil em uma de suas épocas mais escuras durante 20 anos”, diz o texto. “Jair Messias Bolsonaro, o defensor dos valores mais retrógrados, esses que cada vez com mais força andam pelo mundo sem freio, acaricia a presidência do país sul-americano.”
A TV Al Jazeera, do Qatar, destacou o segundo turno chamando a eleição de turbulenta. Já o Wall Street Journal coloca o deputado como se posicionando para controlar a quarta maior democracia do mundo.
A eleição também foi capa dos jornais dos países vizinhos. Além da manchete, os argentinos La Nación e Clarín traziam outros detalhes da eleição, como gráficos. O primeiro chamou a vitória parcial de Bolsonaro de contundente.
Também incluiu outros detalhes, como a derrota da ex-presidente Dilma Rousseff para o Senado em Minas Gerais, o peso da vitória do candidato do PSL em São Paulo e Rio e a situação do PT após o pleito presidencial.
No canal Telesur, mantida em maior parte pelo regime venezuelano, há destaque às declarações de Haddad de que uma vitória de Bolsonaro representaria um risco à democracia e à divisão dos votos pelo Brasil.
Visão oposta era vista no Breitbart News, da direita alternativa americana. Embora não tenha colocado em destaque a eleição, titulou: “Conservador Bolsonaro vence o primeiro turno, lidera o segundo turno contra socialista.”
Vice de Bolsonaro
Pouco antes de embarcar para o Rio de Janeiro, para se reunir com o candidato do PSL ao Palácio do Planalto nas eleições 2018, Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mourão disse, no domingo que “estava brincando” quando falou em “branqueamento da raça”, se referindo a seu neto, e desabafou: “Fui um idiota”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Mourão afirmou não ser “inimigo da imprensa” e que “podem bater à vontade porque a carcaça é boa”. O general defendeu mudanças no sistema eleitoral porque “os partidos são muito fracos” e disse que já houve debandada da base dos demais candidatos para Bolsonaro.