O advogado André Jobim de Azevedo retornou recentemente de jornada ibero americana em Portugal e Espanha, tendo participado por três vezes como conferencista. Este é o seu relato:
“O breve período de convivência e estudos ensejou comparativos importantes sobre nossas sociedades e economias. A situação política, ainda a estremecer nosso país , teve seus sobressaltos também em Portugal com a troca de gabinete do primeiro Ministro em menos de 10 dias da eleição, e na Espanha com descrente percepção política. Não há mais o tão desejado por nós –mas vivido pelos europeus – o Wellfare state. Estado e situação de vida de bem estar social, norte de realização comunitária, se não desaparece, ao menos, sofre enorme baque. Isto porque, como tive oportunidade de lá asseverar publicamente, a noção de crise não é a mesma que aqui se apresenta. É que lá a dimensão significa não mais tomar um champanhe “Vintage”, mas um comum. Diferentemente daqui, onde a crise é profunda e de sobrevivência.”
Acrescenta o advogado:
“São novas relações de produção contemporânea que chacoalham o mundo, além dos recentes atentados em Paris, que levam a todos um olhar de perplexidade e tateio. É que não percebi, em todos os colóquios, qualquer orientação ou projeção para este ano, senão sombras. São novas formas de trabalho – cada vez mais universais e de vias de solução de conflitos, que especialmente em nosso caso, precisam reconhecimento e fomento. A realidade que se avizinha é bastante dura e ensejadora de conflitos, que teremos à prova no novo Código de Processo Civil- a viger em março- que adequadamente prestigia os Métodos Extrajudiciais de Solução de Conflitos (ADRs Alternative Dispute Resolutions). Além disso, nesta seara igual preocupação nos países visitados, a questão das novas formas de trabalho e proteção social, temas estes de enorme preocupação no vindouro 2016 e para o qual, infelizmente, não são boas as perspectivas econômicas e políticas em nosso país.”
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O advogado André Jobim de Azevedo é sócio de Faraco de Azevedo Advogados. Professor da PUC/RS nas disciplinas de Processo Civil, Trabalho e Processo do Trabalho, graduação e pós graduação desde 1990. Especialista em Direito Internacional e Processo Civil, é também Mestre em Direito. Preside há seis anos a Câmara de Arbitragem da Federasul.