Por Redação O Sul | 14 de agosto de 2015
Acionistas minoritários da Petrobras no Brasil ingressarão com uma ação civil pública para pedir ressarcimento pelos prejuízos gerados aos papéis da companhia devido aos escândalos de corrupção.
A Associação de Investidores Minoritários já está reunindo procurações, e os grandes fundos de pensão que compõem o grupo principal dos minoritários, como Previ e Real Grandeza (fundo de pensão de Furnas), também estão sendo procurados para participar da iniciativa. A meta é entrar na Justiça dentro dos próximos dois meses.
“É fundamental que a Previ se junte na ação civil pública, já que é dever da Previ zelar pelo interesse de seus próprios pensionistas, e depois ingresse com ação regressiva contra os administradores culpados”, afirma a advogada Érica Gorga, que atuou como parecerista para a defesa dos minoritários na Justiça americana e está agora apoiando a iniciativa brasileira.
Investidores estrangeiros que adquiriram papéis na Bolsa brasileira também participarão da nova ação civil pública, segundo Érica.
O processo no Brasil se somará às ações coletivas nos EUA movidas por detentores de ADRs da petrolífera (recibos que representam ações de uma empresa estrangeira na Bolsa de Nova York).
A Corte de Nova York já negou, em julho, um pedido da Petrobras para encerrar a ação coletiva na Justiça americana que também pede ressarcimento por perdas com a corrupção. O julgamento deve acontecer no primeiro semestre do ano que vem, e espera-se que saia daí um acordo para que a Petrobras pague algum tipo de indenização.
O juiz americano Jed Rakoff informou, contudo, que o processo em Nova York não protegerá ações compradas no Brasil, conforme solicitava a acusação.
“Quando sair essa decisão nos Estados Unidos, o investidor aqui no Brasil perde duas vezes: uma pela corrupção e outra pelos custos deste ressarcimento”, afirma Aurélio Valporto, um dos líderes do grupo de minoritários.
Ele estima que quando houver um eventual acordo nos Estados Unidos, as ações no Brasil irão despencar.
“Por isso é importante essa ação aqui. É um dever dos fundos para com seus cotistas”, afirma Valporto. (Folhapress)
