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Mundo Acordo Mercosul-União Europeia é vitória política para Brasil e Argentina

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Cotas agrícolas eram aguardadas por exportadores brasileiros. Casa Rosada espera que anúncio ajude na campanha de Macri. (Foto: Reprodução de internet)

O acordo de livre comércio entre Mercosul e UE (União Europeia) atravessou vários governos e crises econômicas na região, passando por momentos de paralisia e até mesmo quase desistência de ambas as partes. Foram quase 20 anos de negociações e o final chegou, em grande medida, por forte pressão dos governos do Brasil e Argentina e, dentro da UE, principalmente da Alemanha.

A resistência dos franceses se manteve até o final, mas os defensores do entendimento conseguiram uma vitória considerada importantíssima pelos governos Mauricio Macri e Jair Bolsonaro e que, segundo analistas e negociadores de outras épocas, poderá dar um novo impulso ao desgastado bloco regional.

Para o argentino, trata-se de uma conquista que vinha sendo muito esperada e que a Casa Rosada espera que ajude Macri em sua campanha pela reeleição. Existem ganhos e perdas de ambos os lados. De acordo com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), o Brasil poderá aumentar suas vendas para o mercado europeu em 23,6%, o que equivale a US$ 9,9 bilhões.

Para os países do Mercosul, o principal interesse sempre foi aumentar o mercado de produtos agrícolas e o problema era que justamente esse sempre foi mercado mais protegido pelos europeus. Já os europeus sempre se interessaram pelo setor de serviços e produtos manufaturados e industriais, sobretudo automóveis.

A expectativa é de que o entendimento amplie as cotas para produtos agrícolas, no caso do Brasil, principalmente carnes. A Argentina tinha interesse em vinhos, entre outros. O etanol, que sempre foi defendido pelo governo brasileiro, nunca conseguiu ser aceito pelos europeus. O acordo deverá falar sobre acesso a mercados e convergência regulatória.

De fato, um dos obstáculos que surgiu ao longo dos últimos 20 anos foi a demanda dos europeus em modificar a regulação dos países do Mercosul em matéria de serviços. Será importante ver o texto final para saber até que ponto os países da UE aceitaram abrir seus mercados agrícolas e, em contrapartida, o Mercosul cedeu em alterar normas internas sobre serviços e ampliar seu mercado de produtos manufaturados e industriais.

Em todo o caso, serão aplicadas cotas e não haverá uma liberalização total do comércio, como tampouco existe dentro do Mercosul para vários produtos. O acordo representa um ganho institucional para o bloco em momentos de recessão na Argentina e desaceleração do crescimento nos demais países membros.

Argentinos e uruguaios irão às urnas no próximo mês de outubro e para os atuais governos será um triunfo a ser exposto na campanha. O acordo fechado nesta sexta em Bruxelas é essencialmente político e detalhes econômicos ainda continuarão sendo conversados. O entendimento também deverá passar pelos Parlamentos de cada país envolvido.

É um primeiro grande passo, depois de 20 anos de idas e vindas e segundo diplomatas brasileiros como o embaixador José Alfredo Graça Lima, um dos que iniciaram as conversas com a UE, um recado aos Estados Unidos e à política comercial do governo Donald Trump.

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