Por Redação O Sul | 4 de novembro de 2015
Talebãs e chefes de guerra apedrejaram até a morte uma mulher no Afeganistão por ter tentado fugir com seu amante. Um vídeo que está circulando nas redes sociais mostra a cena de apedrejamento, que ocorreu há uma semana, em Ghalim, zona montanhosa e desértica da província de Ghor, informou a governadora Sima Joyenda à agência de notícias AFP.
Sima é uma das duas mulheres à frente de uma das 34 províncias do Afeganistão, onde a sociedade é muito patriarcal. No vídeo, se vê uma mulher de pé em um buraco cavado no chão, apenas com a cabeça para fora.
Um homem vestido de negro pega uma pedra, joga contra ela e é seguido por outros três companheiros. Um deles a manda rezar a shahada, a profissão da fé islâmica. A porta-voz da governadora, confirmou a autenticidade do vídeo.
Vítima
A vítima, chamada Rojsahana, “foi apedrejada por dignitários religiosos e chefes de guerra irresponsáveis”, reagiu Sima. Segundo ela, Rojsahana, que teria entre 19 e 21 anos, foi casada com um homem contra sua vontade e resolveu fugir com um rapaz de sua idade.
A chefe da província condenou o assassinato e pediu que o governo central de Cabul faça uma limpeza nesta zona sob controle talebã. “É o primeiro incidente deste tipo na região e não será o último. As mulheres têm dificuldade em todo o país e em particular em Ghor.” O chefe da polícia da província, Mustafá Mohseni, confirmou que esta foi a primeira lapidação na região este ano.
Castigo
O apedrejamento é um castigo previsto pela lei islâmica para mulheres ou homens casados que mantiveram relações sexuais extraconjugais. Esta pena era aplicada quando os talebãs dirigiam o Afeganistão, mas é pouco frequente nos países muçulmanos. Eles defendem uma interpretação rigorosa da sharia, a lei islâmica.
