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Saúde Adolescentes com transtornos mentais passam quase uma hora a mais por dia nas redes sociais

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A pesquisa envolveu 3.340 adolescentes de 11 a 19 anos no Reino Unido. (Foto: Reprodução)

Adolescentes do Reino Unido com problemas de saúde mental passam mais tempo nas redes sociais do que aqueles sem esses problemas, apontou um estudo feito com mais de 3 mil adolescentes, publicado nessa segunda-feira (5) na revista Nature Human Behavior.

A pesquisa envolveu 3.340 adolescentes de 11 a 19 anos no Reino Unido (50% do sexo masculino e 50% do sexo feminino), dos quais 16% haviam sido diagnosticados com ao menos uma condição de saúde mental, como depressão, ansiedade, TDAH ou transtornos de conduta.

Em média, os adolescentes com esses diagnósticos relataram passar cerca de 50 minutos a mais por dia nas redes sociais.

Mas a pesquisa não estabelece relações de causa e efeito. Ou seja: não é possível afirmar se o maior tempo nas redes contribui para o agravamento dos transtornos ou se adolescentes com saúde mental comprometida tendem a buscar mais essas plataformas.

Os autores descobriram que os participantes com problemas de saúde mental:

– Passam significativamente mais tempo nas mídias sociais (uma média de aproximadamente 50 minutos extras por dia).

– Têm menos satisfação com o número de amigos nas mídias sociais, em comparação com aqueles sem problemas de saúde mental.

Além disso, os participantes com condições internalizantes — como depressão ou transtornos de ansiedade:

– Passaram mais tempo nas mídias sociais, se compararam mais a outras pessoas nas mídias sociais.

– Experimentaram um efeito maior em seu humor pela quantidade de feedback online (o número de curtidas, compartilhamentos e comentários recebidos em uma postagem).

– Estavam menos felizes com seu número de amigos online e eram menos propensos a serem honestos sobre seus sentimentos em postagens de mídia social.

“Esses jovens não só usam mais as redes sociais, mas também são mais afetados emocionalmente pelo tipo de resposta que recebem. Eles também se sentem menos satisfeitos com a quantidade de amigos online”, explica Luisa Fassi, autora principal do estudo.”

A pesquisa é considerada robusta por utilizar uma amostra nacionalmente representativa e diagnósticos clínicos padronizados, realizados por profissionais de saúde. O estudo ainda diferiu dos anteriores por incluir variáveis qualitativas, como percepção de apoio e comparação social.

O declínio da saúde mental

Em todo o mundo, adolescentes têm experimentado um declínio em sua saúde mental na última década. Dados recentes do Reino Unido sugerem que um em cada seis jovens (16,67%) de 7 a 16 anos e um em cada quatro (25%) de 17 a 19 anos têm uma provável condição de saúde mental, um aumento claro em relação ao um em cada nove (11,11%) e um em cada dez (10%) registrados em 2017, respectivamente.

O estudo destaca que 48% das pessoas com uma condição de saúde mental apresentam os primeiros sintomas relevantes antes dos 18 anos. Por isso, esse aumento da carga de saúde mental impactará negativamente a sociedade e a economia, assim como a vida adolescente e adulta.

Essa tendência pode ter sido causada em parte pelo aumento do uso de mídias sociais por adolescentes, que revolucionou a forma como os adolescentes vivem, aprendem e interagem: 93% dos jovens de 12 a 17 anos atualmente relatam ter um perfil de mídia social.

Limites do estudo e perspectivas

Segundo os autores ressaltam, a pesquisa não permite estabelecer relações de causa e efeito. Além disso, os dados foram coletados em 2017, o que pode não refletir o uso atual de plataformas como TikTok e o impacto das mudanças no ambiente digital pós-pandemia.

Os autores observam que compreender diferenças no uso de redes sociais por adolescentes pode ser útil para o desenvolvimento de intervenções clínicas adequadas, como abordagens que ajudem adolescentes a lidar com comparações sociais e com o impacto emocional das interações virtuais.

Os pesquisadores também identificaram que pesquisas futuras são necessárias para estabelecer relações causais entre o uso de mídias sociais e condições de saúde mental em adolescentes, e afirmaram que trabalhos futuros devem incluir participantes de outros países.

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