Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 22 de julho de 2015
A advogada Beatriz Catta Pretta, que negociou os principais acordos de delação premiada na Operação Lava-Jato, está se desligando de todas as ações relacionadas à causa.
Criminalistas que atuam na defesa de réus que foram clientes da advogada confirmaram que ela decidiu se desligar para mudar de país. Um dos locais apontados seria Miami, nos EUA, onde ela tem um escritório desde o ano passado.
Na segunda-feira (20), ela apresentou à Justiça Federal petições informando seu desligamento das defesas do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco e do ex-executivo da Toyo Setal Augusto de Mendonça Neto.
Catta Preta também se desligou da defesa de clientes que não estão sendo investigados pela operação, como o empresário Lúcio Funaro.
“Ela enviou um e-mail pedindo que eu indicasse outro profissional no prazo de dez dias para substituí-la nos processos em que era minha procuradora”, afirma Funaro, que era cliente da advogada há quase dez anos. A mensagem foi enviada na segunda-feira, de acordo com o empresário.
Há duas semanas, a CPI da Petrobras aprovou a convocação de Beatriz para dar explicações sobre como seus clientes estão custeando suas respectivas defesas.
Nos bastidores, a manobra foi citada como uma retaliação ao fato de ela ter obtido no Supremo Tribunal Federal o cancelamento das acareações da CPI com Barusco.
Dois dias depois, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) enviou um ofício à CPI da Petrobras para tentar reverter a convocação.
Além de Barusco, a advogada foi responsável por representar o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, as filhas dele Ariana Azevedo Costa Bachmann e Shanni Azevedo Costa Bachmann, os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz, o lobista Julio Camargo e o ex-executivo da Toyo Setal Augusto Mendonça Neto.
Julio Camargo
Na sexta-feira (17), Julio Camargo oficializou como seu novo defensor o advogado Antônio Figueiredo Basto, que também é responsável pela defesa do doleiro Alberto Youssef, outro delator na Lava-Jato.
A mudança ocorreu depois da audiência em que disse ao juiz Sérgio Moro ter pago 5 milhões de dólares em propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
“Julio nos procurou depois da audiência e acertamos. Não vou comentar a saída da doutora Beatriz Catta Preta”, afirmou Basto na ocasião. (Bela Megale/Folhapress)