Quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2019
Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) elegeram nesta quarta-feira (26) a lista tríplice com indicações para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A mais votada da lista foi a advogada Daniela Teixeira, que recebeu votos de dez dos 11 ministros do STF. A lista tríplice será enviada ao presidente Jair Bolsonaro, a quem cabe escolher os ministros do TSE.
Também compõem a lista os advogados Marçal Filho, que recebeu votos de nove ministros, e Carlos Velloso Filho, que obteve votos de oito ministros. Pela Constituição, Bolsonaro deve escolher um dos três.
Nomes
Todos são advogados. Daniela Teixeira, que já foi vice-presidente da OAB do Distrito Federal, teve 10 votos. O professor de direito público Marçal Justen Filho, conhecido acadêmico brasileiro, teve 9 votos. Já Carlos Mário Veloso Filho teve 8 votos. Velloso é também subprocurador-geral da Procuradoria-Geral do Distrito e filho de Carlos Velloso, ex-ministro e presidente do STF. Outro nome que concorreu, Fabricio Mendes Medeiros teve apenas 2 votos e ficou de fora da lista.
Bate-boca com Bolsonaro
Em setembro de 2016, Daniela Teixeira participou de uma audiência na Câmara dos Deputados que discutia o combate à cultura do estupro. Em nome da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Daniela Teixeira afirmou na sessão que, enquanto os agressores não forem punidos, a violência não vai diminuir. Em seguida, disse que a punição deve ser aplicada “seja quem for” o agressor. Nesse instante, citou “um deputado que é réu, sim, numa ação já recebida no STF”.
À época deputado federal, Bolsonaro se dirigiu a ela fora dos microfones e esbravejou: “Aponta o nome dele!”. “É o senhor, Jair Bolsonaro, réu no inquérito já admitido pelo STF”, respondeu Daniela Teixeira. Bolsonaro é réu em duas ações penais, mas os casos foram suspensos porque, conforme a Constituição, presidente da República não pode responder por fatos cometidos antes do mandato.
Na ocasião, a resposta da advogada gerou tumulto. Bolsonaro se dirigiu à Mesa Diretora, onde estava a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que presidia a sessão, e passou a exigir direito de resposta. Alguns deputados chegaram a segurá-lo, e Maria do Rosário pediu à segurança que se dirigisse ao local.
Os ânimos se exaltaram, e Maria do Rosário decidiu suspender os trabalhos por alguns minutos em razão da gritaria. Quando recebeu o direito de resposta, Bolsonaro subiu à tribuna e afirmou que a sessão era um “desserviço à mulher vitima de violência”.