Sexta-feira, 02 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de julho de 2017
Os advogados de Michel Temer (PMDB), Dilma Rousseff (PT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Aécio Neves (PSDB) articulam o lançamento de um manifesto para questionar a atuação da Justiça e do Ministério Público, segundo a Coluna Painel do jornal Folha de São Paulo. Os debates se desenrolam em um grupo de WhatsApp intitulado “Prerrogativas” — e a OAB é alvo frequente de críticas. Nas discussões, tratam da confecção de texto que prega o fim do que chamam de “Estado de exceção” e a “retomada do protagonismo da advocacia”.
O “pai” do manifesto dos criminalistas seria o ex-presidente Lula. A ideia, que antes se restringia a trocas de mensagens no grupo, ganhou força depois do ato de desagravo aos defensores do petista, em maio, em São Paulo. Os questionamentos à delação da JBS deram o impulso final na articulação. Alberto Toron, advogado de Aécio Neves e Dilma Rousseff, Cristiano Zanin, defensor de Lula, e Antonio Mariz de Oliveira, de Temer, estão na linha de frente da formulação do manifesto.
Todos os políticos estão na Lava Jato e foram fortemente implicados na delação de Joesley e Wesley Batista. Outros criminalistas fazem parte do grupo que prepara o texto. Eles discutem criar um curso para debater o que seria “Estado de exceção. O resultado do julgamento do Supremo a respeito da revisão de delações agradou a todos. Os que queriam a prerrogativa de revogar acordos se sentiram contemplados e a ala que defende a manutenção dos acertos disse que venceu.
Mais do que parece
O ministro Edson Fachin começou a sessão de quinta-feira (29) derrotado. Ele havia enviado aos ministros voto em que pedia expressamente a vinculação de acordo homologado na Justiça aos termos acertados pelo MPF. Recuou.
Juristas que defendem a prerrogativa do Supremo de revogar delações dizem que a fórmula final, que permite rediscussão caso haja “ilegalidade”, os atende. Trata-se de conceito amplo.
Ainda a Lava Jato
Escolhida para suceder Rodrigo Janot, Raquel Dodge relatou a colegas desconforto com especulações de que iria minar a Lava Jato. Diz que pretende justamente o contrário.
Mais delações
Em cerca de um mês o acordo de delação do fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, apontado como líder no Ministério da Agricultura do esquema investigado na Operação Carne Fraca, deve ser finalizado.
A proposta de colaboração premiada do fiscal está na PGR (Procuradoria Geral da República). Ele citou repasses ao ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio (PMDB-PR) — que sempre negou irregularidades.
O Planalto diz ter capital político para barrar o avanço da denúncia na Câmara. Aos que pedem menos “salto alto” avisa que nunca viu governo ganhar batalha dessa proporção insinuando fragilidade.
Recolhimento
Aliados históricos de Lula no Nordeste lamentam o que chamam de recolhimento do ex-presidente em meio à maior crise já enfrentada pelo governo de Michel Temer.
Esses líderes dizem que o desencanto com a crise comprimiu o espaço da centro-direita e abriu avenida para nomes conservadores, como Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Pesquisas em Estados da região em que Lula é mais forte eleitoralmente indicam crescimento expressivo do deputado do Rio. (Folhapress)