Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2018
O senador Aécio Neves anunciou na manhã de sábado (28) que não participaria da convenção do PSDB em Minas Gerais, para oficializar a candidatura do tucano Antonio Anastasia ao governo do Estado. Por meio de nota, Aécio declarou ainda que revelará na próxima semana para qual cargo irá concorrer nas eleições 2018.
Na nota, o senador justificou a ausência na convenção por estar se reunindo com lideranças políticas, em Belo Horizonte e no interior do Estado, “para avaliar a melhor forma de contribuir para o resgate de Minas Gerais nesse momento de extrema gravidade e grandes incertezas”.
Nos bastidores, é tido como certo que Aécio se lançará para deputado federal. Até o momento, o ex-governador de Minas esteve ausente de todos os eventos de pré-campanha de Anastasia, o que teria sido uma das exigências do pré-candidato ao governo do Estado, ao aceitar sua postulação do Palácio da Liberdade.
Aécio é alvo de vários processos na Justiça decorrentes das investigações da Operação Lava-Jato. Em abril, ele se tornou réu no Supremo Tribunal Federal, acusado de ter recebido propina de R$ 2 milhões do empresário da JBS Joesley Batista. O senador responde a outros cinco processos, instaurados após ter sido citado por delatores da Odebrecht.
Caso Aécio não dispute a reeleição ao Senado, o PSDB de Minas já tem nomes para compor chapa nas eleições de outubro. liados de Anastasia estão à espera da definição do pré-candidato ao governo de Minas do DEM, Rodrigo Pacheco, que pode ser um dos nomes para concorrer ao Senado na chapa tucana.
A outra vaga seria pleiteada pelo jornalista Carlos Viana (PHS) e pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa Dinis Pinheiro (Solidariedade).
Com o nome envolvido em um processo por corrupção passiva e obstrução da Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal) e investigado na Lava-Jato, o tucano pode mirar em um alvo mais fácil do que disputar uma das duas vagas de Minas no Senado. Segundo interlocutores do senador, Aécio estaria cogitando se candidatar a deputado federal.
No início do mês a ministra Carmén Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, concedeu mais 30 dias para a conclusão das investigações sobre o senador no inquérito que apura repasses irregulares da Odebrecht à campanha presidencial de 2014.
Inicialmente, a PGR (Procuradoria-Geral da República) havia pedido mais 60 dias para concluir a investigação. Na decisão, proferida no dia 13, Cármen concedeu mais 30 dias e afirmou que o objetivo é “evitar dilações processuais indevidas”.
O ministro Edson Fachin é o relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF, mas a ministra Cármen Lúcia decidiu pelo prazo de prorrogação por ser a ministra de plantão no tribunal.
As investigações contra Aécio Neves foram autorizadas pelo STF após a abertura de 76 inquéritos no ano passado pelo ministro Edson Fachin, com base nos depoimentos de colaboração premiada de ex-executivos da empresa.