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Política Abin aponta duas ameaças de “risco relevante” à segurança da democracia brasileira

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Além disso, o uso de inteligência artificial para desinformação e a crescente radicalização religiosa são fatores que, segundo a agência, ameaçam deslegitimar as instituições democráticas. (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) aponta como riscos para o processo eleitoral de 2026 a interferência externa e a atuação do crime organizado, segundo documento sobre os desafios da instituição para o próximo ano.

Além disso, o uso de inteligência artificial para desinformação e a crescente radicalização religiosa são fatores que, segundo a agência, ameaçam deslegitimar as instituições democráticas.

As conclusões estão no documento “Desafios da Inteligência — Edição 2026”, relatório em que a Abin apresenta à sociedade e às autoridades sua avaliação sobre os riscos diretos e indiretos à segurança do país no próximo ano.

Segundo a agência, o Brasil enfrenta desafios relacionados à manutenção da democracia e à estabilidade institucional. O texto cita que, desde 2018, observa-se a propagação recorrente, principalmente por meio de plataformas digitais, de desinformação acerca das eleições brasileiras.

Tal processo, diz a agência, resultou em mobilizações que questionavam o processo eleitoral nacional, as quais culminaram nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pela acusação de liderar uma trama golpista.

A Abin diz que “a possibilidade de interferência externa no processo eleitoral brasileiro é fator de risco que não pode ser subestimado”.

O órgão aponta que essa interferência pode ocorrer por meio de campanhas de desinformação sofisticadas, ataques cibernéticos à infraestrutura eleitoral ou via financiamento oculto de grupos políticos específicos e de movimentos de viés antidemocrático.

Segundo a agência, a articulação transnacional de movimentos extremistas, que compartilham táticas de manipulação e de propaganda em fóruns e comunidades próprias, eleva a sofisticação de ações e cria ameaças coordenadas e globalizadas, impactando a soberania nacional.

“Atores estatais ou não estatais podem ter altos incentivos para promover ações de desestabilização do processo eleitoral, minando a confiança nas instituições, influenciando resultados e favorecendo interesses geopolíticos e econômicos próprios”, diz o texto, sem citar algum país específico.

Auxiliares do presidente Lula têm especial preocupação com os Estados Unidos do presidente Donald Trump.

Recentemente, Trump saiu em defesa do conservador Nasry Asfura na eleição de Honduras e ameaçou cortar ajuda ao país se seu favorito não vencer.

O republicano adotou retórica semelhante em relação à Argentina. Ele disse recentemente que seu apoio ao país dependia de uma vitória do ultraliberal Javier Milei nas eleições legislativas.

Lula já fez críticas a megaempresários que interferem na política de outros países, no que foi lido como uma referência a Elon Musk, dono da rede social X.

Em fevereiro, o petista declarou que a democracia deve ser respeitada, mas “o que não pode é a gente achar que um empresário pode ser dono da comunicação do mundo e pode falar mal do mundo a toda hora, se metendo nas eleições dos países”.

Facções

Outra preocupação que a agência cita em relação ao processo eleitoral se refere ao crime organizado, especialmente com milícias e facções que controlam territórios.

Essa influência, diz o relatório, se manifesta tanto em ações de financiamento de campanhas quanto de coação de eleitores e indicação de candidatos próprios, chegando, em casos extremos, à eliminação de adversários políticos.

Outro ponto apontado no texto é o que se chama de deslegitimação sistêmica das instituições democráticas. A desinformação, especialmente em ambientes digitais, é identificada como elemento central desse processo. Esse quadro se intensifica com o avanço da inteligência artificial generativa e dos deepfakes.

A tecnologia, diz o documento, pode forjar falas de candidatos, simular discursos inexistentes e descontextualizar declarações com alto grau de semelhança.

A polarização ideológica também é indicada como ponto de atenção, porque fragmenta a sociedade em grupos antagônicos e tem bloqueado o diálogo democrático. Nesse contexto, é citada a instrumentalização de crenças religiosas como movimento de mobilização e polarização.

Além das questões eleitorais, o relatório aponta outros desafios para o próximo ano. Entre eles está a transição para a criptografia pós-quântica (voltada aos computadores quânticos, que poderão resolver problemas matemáticos em uma fração do tempo levado pelas máquinas atuais).

Outro risco apontado são ataques cibernéticos com uso de agentes de inteligência artificial. O avanço acelerado da IA, segundo o documento, especialmente dos grandes modelos de linguagem, criou um novo patamar de risco para a segurança cibernética ao permitir que agentes planejem e executem ataques de forma autônoma. (Com informações do portal Folha de São Paulo)

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