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Por Redação O Sul | 27 de junho de 2019
As autoridades de aviação dos Estados Unidos informaram nesta quarta-feira (26) que encontraram um novo “risco em potencial” no Boeing 737 Max. Assim, as companhias aéreas terão de aguardar mais tempo do que o previsto para retomar os voos com esse modelo.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) norte-americana proibiu voos com Boeing 737 Max após acidentes com aviões do tipo na Indonésia, no fim do ano passado, e na Etiópia, em março.
Em nota, o órgão disse que continuará a avaliar as modificações no MCAS e a desenvolver treinamentos necessários para operar a aeronave. A FAA, no entanto, não detalhou que tipo de problema configurou um novo risco ao modelo.
“A FAA vai revogar a proibição quando nós acreditarmos ser seguro”, disse o comunicado.
Por causa dessa determinação, segundo a agência Reuters, a Boeing não poderá fazer novos testes com o 737 Max antes de, no mínimo, 8 de julho. Antes, representantes da Administração Federal de Aviação acreditavam que poderiam aprovar voos com o modelo ainda em junho.
Após divulgação do comunicado da FAA, a companhia norte-americana United Airlines decidiu adiar a retomada de voos com o Boeing 737 Max para 3 de setembro. Isso significa que a empresa cancelará cerca de 1,9 mil voos somente em agosto.
Por que o modelo foi proibido?
O acidente com o voo da Ethiopian, que deixou 157 mortos, levou autoridades de aviação a colocarem em dúvida a segurança do Boeing 737 Max. Após pilotos norte-americanos relatarem incidentes com os comandos da aeronave, as autoridades dos Estados Unidos proibiram viagens com o modelo.
Segundo documentos públicos, vários dos incidentes relatados pareciam estar relacionados com o sistema de controle destinado a evitar a desestabilização da aeronave.
O sistema, chamado “MCAS” (Manoeuvering Characteristics Augmentation System), estava envolvido acidente de um Boeing 737 MAX da companhia indonésia Lion Air, que deixou 189 mortos em outubro do ano passado.
A própria Boeing solicitou que a Administração Federal de Aviação recomendasse ao mundo inteiro a interrupção dos voos com o 737 Max – e não apenas aos Estados Unidos. A gigante da aviação escreveu que os modelos não devem voar enquanto durarem as investigações, medida que considera “zelo em excesso para assegurar a segurança da aeronave ao público”. “A Boeing continua a ter total confiança na segurança do 737 Max”, diz o comunicado.