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Saúde Agravamento da pandemia sobrecarrega sistema de saúde e faz com que vaga de UTI se torne artigo raro no Brasil

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Familiares e pacientes sofrem com a falta de leitos de UTI para Covid-19.

Foto: EBC
O boletim também aponta o risco de a pandemia se estabilizar em um patamar muito mais elevado que no ano passado. (Foto: EBC)

A pandemia no Brasil ganhou um elemento que aumenta o drama de milhares de pessoas infectadas e suas respectivas famílias: a falta de leitos de tratamento intensivo para o coronavírus por todo o País. Pessoas que manifestam a doença de forma mais grave têm nos cuidados da UTI muitas vezes o que faz a diferença entre a vida e a morte. E eles têm sido negados a um número cada vez maior de brasileiros.

Nas 11 primeiras semanas do ano, mais de 28 mil brasileiros morreram de Covid-19 nos hospitais do país sem passar por uma UTI. Os óbitos de pacientes que não chegaram ao tratamento intensivo em 2021 são 38% do total, sendo quase 40% entre 14 a 20 de março. São praticamente quatro em cada dez das 73.105 mortes por coronavírus deste ano na base do Sivep-Gripe, sistema usado pelo Ministério da Saúde para monitorar as internações nas redes pública e privada.

Os relatos que chegam de quem vive o drama revelam a luta desesperada dos familiares para oferecer aos doentes maiores chances de sobreviver ao vírus. Quem enfrenta a espera por um leito de UTI de Covid-19 nas Unidades de Pronto Atendimento espalhadas pelo Brasil é obrigado a aguardar em condições deploráveis e a ver cenas que ficarão marcadas pelo resto da vida: a morte de pessoas e a luta inglória de esgotados profissionais de saúde.

“Minha mãe estaria viva se tivesse sido internada quando foi ao hospital implorando por ajuda. Ela se chamava Simone Tomaz e tinha 47 anos. Adoeceu na primeira semana de março, junto com o meu padrasto Antônio, de 70. Eles logo começaram a se sentir muito mal, acho que foram infectados no trabalho, eram comerciantes em Mangaratiba. Procuraram por dias seguidos atendimento no Hospital Municipal Victor de Souza Breves. Estavam com falta de ar, muito cansaço e dores fortes. Mas foram despachados com alguns remédios”, relata Camila Maia, filha de Simone.

“No dia 11, minha mãe perdeu as forças e já não se levantava mais sozinha. Meu padrasto começou a não suportar a falta de ar. Internaram ele na unidade semi-intensiva e deixaram minha mãe “internada”, mas numa cadeira, na fila por uma UTI”, desabafa. “Ela ficou sentada nessa cadeira com muita dor, sem comida, sem medicamento. No dia seguinte minha irmã levou uma quentinha para ela.”

Camila disse ainda que sua mãe só conseguiu leito de UTI no dia 14, quando foi transferida para o Zilda Arns, em Volta Redonda. Dois dias depois ela foi intubada, mas os rins pararam e o coração não aguentou. Ela morreu no dia 20. “Há tão pouco tempo ela estava tão bem. Isso é assassinato. Todo o sistema hospitalar falhou”.

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