Domingo, 25 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de maio de 2025
A ação, realizada em parceria com a Defensoria Pública do Estado, marca um ano de atendimento às famílias vítimas da catástrofe climática
Foto: DivulgaçãoA Aldeias Infantis SOS realizou uma roda de conversa com famílias atendidas pela ação humanitária estabelecida pela organização desde a tragédia climática que castigou o Rio Grande do Sul no ano passado.
O encontro ocorreu na semana passada, na unidade de Porto Alegre, em parceria com a Defensoria Pública do Estado. O objetivo da conversa foi ouvir diretamente a população atingida pela enchente, compreender suas demandas atuais e encaminhar soluções práticas em diversas frentes.
Passado um ano desde a catástrofe em Porto Alegre, muitas famílias ainda enfrentam dificuldades severas para reconstruir suas casas, reorganizar suas rotinas e retomar a vida da melhor forma possível. A realidade nos bairros mais afetados é marcada por instabilidade habitacional, falta de acesso a serviços públicos básicos e perda de renda.
Nesse cenário, a atuação conjunta da Aldeias Infantis SOS com a Defensoria Pública busca reduzir esse impacto, por meio de acolhimento, orientação e soluções efetivas para quem mais precisa.
Durante o encontro, os participantes puderam relatar as dificuldades que ainda enfrentam nas áreas de moradia, saúde, acesso a serviços públicos, educação e proteção à infância. A escuta ativa foi o ponto central da roda de conversa – uma metodologia que busca não apenas identificar os problemas, mas também construir respostas conjuntas e acessíveis.
As demandas apresentadas foram organizadas por áreas temáticas, e a Defensoria Pública já planeja mutirões de atendimento com especialistas, garantindo que cada caso receba o acompanhamento necessário. A escuta atenta e o comprometimento com respostas efetivas demonstram o impacto positivo que parcerias como essa podem gerar nas comunidades.
“A ação reforça o compromisso da Aldeias Infantis SOS com o fortalecimento das famílias e a promoção de seus direitos. Em um momento em que tantas pessoas ainda lutam para se reerguer após os impactos da enchente, iniciativas como essa mostram que é possível, sim, transformar realidades por meio do diálogo, da escuta ativa e da união de forças em prol do bem comum”, destacou o coordenador do programa da Aldeias Infantis SOS em Porto Alegre, José Carlos Sturza de Moraes.
“Foram seis anos lutando por atendimento médico para o meu filho Arthur e, só agora, com a ajuda da Aldeias Infantis e da Defensoria Pública, consegui encaminhar meus filhos para receberem o suporte de que precisam. Moramos de aluguel, eu os crio sozinha, e não foi fácil”, relatou Ana Luiza Campos, de 37 anos, mãe de três crianças que participam das atividades estabelecidas pela organização.
Ana Luiza conta que conheceu a equipe da Aldeias Infantis quando foi fazer a identidade dos filhos no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social). “Foi ali que tudo começou a mudar. Eles me ouviram, me ajudaram com as terapias e com a cadeira de rodas do meu outro filho, Thiago. Eu só não desisti por causa dos meus filhos. Hoje, finalmente, estou enxergando um caminho”, concluiu, esperançosa.
Para a Defensoria Pública, estar próximo da comunidade é parte essencial do compromisso com o acesso à Justiça. “A parceria com a Aldeias Infantis SOS tem sido fundamental para garantir acesso à Justiça para quem mais precisa. Nosso objetivo é sair dos gabinetes e ir até a comunidade, ouvindo, orientando, e encaminhando soluções. A roda de conversa de hoje foi mais uma oportunidade de mostrar à população da Zona Norte que a Defensoria está aqui para apoiar em todas as áreas: saúde, infância, moradia, família, direitos do consumidor e muito mais. A gente escuta, acolhe, e segue junto até que os direitos sejam efetivamente garantidos”, afirmou o defensor público estadual, Renato Muñoz.
Sobre a Aldeias Infantis SOS
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e famílias. A organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninas e meninos que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias.
Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 58 anos e mantém cerca de 80 projetos, em 30 localidades de Norte ao Sul do País. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer acolhimento para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. Mais informações podem ser obtidas no site www.aldeiasinfantis.org.br.