Quarta-feira, 28 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2024
A Polícia Federal intimou dez investigados, além do ex-presidente Jair Bolsonaro, a prestarem depoimento em Brasília (DF), nesta quinta-feira às 14h30min. Eles serão ouvidos, simultaneamente, na investigação que apura a tentativa de um golpe de Estado.
Entre os intimados para prestar depoimento na capital federal estão Valdemar Costa Neto (presidente do PL), e ex-ocupantes de cargos de comando no governo passado, como Anderson Torres (Ministro da Justiça), Augusto Heleno (Chefe do Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sérgio Nogueira (Ministro da Defesa), Mário Fernandes (Chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República), Walter Braga Netto (Ministro Chefe da Casa Civil e candidato a vice-presidente da República), Almir Garnier (comandante da Marinha) e Cleverson Ney Magalhães, (coronel do Exército e ex-oficial do Comando de Operações Terrestres).
A maioria deles participou da reunião realizada em 5 de julho de 2022, por Bolsonaro, que, segundo a PF, “nitidamente, revela o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”.
Também foram intimados os ex-assessores de Bolsonaro, Marcelo Costa Câmara e Tércio Arnaud.
Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro que está marcado para esta quinta-feira. Moraes deu acesso à defesa de Bolsonaro aos autos da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado, com exceção das diligências em andamento e da delação premiada do tenente-coronel do Exército Mauro Cid.
“Informe-se a Polícia Federal que inexiste qualquer óbice para a manutenção da data agendada para o interrogatório, uma vez que aos advogados do investigado foi deferido integral acesso aos autos”, escreveu o ministro. Moraes ainda afirmou que não compete a Bolsonaro “escolher a data e horário de seu interrogatório”.
Mais cedo, os advogados de Bolsonaro haviam informado que ele não iria prestar depoimento nesta quinta-feira caso não tenha acesso ao conteúdo de celulares apreendidos em investigações contra ele e aliados.
“O peticionário (Bolsonaro) opta por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que seja garantido o acesso à integralidade das mídias dos aparelhos celulares apreendidos, sem abrir mão, por óbvio, de ser ouvido em momento posterior e oportuno”, escreveram os advogados.
A defesa de Bolsonaro também solicitou acesso ao “conteúdo completo” da delação de Mauro Cid, homologada ano passado por Moraes.
O ministro afirmou, contudo, que o STF tem o entendimento de que, “antes do recebimento da denúncia, não configura cerceamento de defesa a negativa de acesso a termos da colaboração premiada referente a investigações em curso”. As informações são do jornal O Globo.