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Por Redação O Sul | 22 de março de 2019
A prisão de Michel Temer faz crescer a lista de ex-presidentes presos na história do País. Com ele, contamos seis ex-chefes de Estado detidos em diferentes períodos. Luís Inácio Lula da Silva, preso em 7 de abril do ano passado também devido aos desdobramentos da Operação Lava-Jato, detém uma diferença entre os demais. Lula foi o primeiro condenado em um processo criminal.
Presidente entre 1910 e 1914, o marechal Hermes da Fonseca foi preso em julho de 1922, acusado de conspiração no levante militar conhecido como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. Após 6 meses preso, ganhou um habeas corpus.
O próximo ex-presidente preso foi Washington Luís, que comandava o governo quando teve início a Revolução de 1930. Deposto, ele foi preso e conduzido ao Forte de Copacabana em 24 de outubro. Em 7 de novembro, o Governo Provisório estabeleceu seu banimento. No dia 20, partiu com sua família em o exílio para a Europa.
Já Arthur Bernardes, presidente entre 1922 e 1926, foi preso em 1932 em Minas Gerais por participar da revolução Constitucionalista. Depois foi mandado ao exílio.
Juscelino Kubitschek [1956-1961] foi preso em 13 de dezembro de 1968, quando foi levado por agentes do regime militar na noite da promulgação do Ato Institucional número 5. No momento em que foi preso, ele deixava uma cerimônia de formatura no Teatro Municipal do Rio. Juscelino passou alguns dias encarcerado e depois seguiu para prisão domiciliar até finalmente ser liberado em definitivo.
Fernando Henrique: nem prisão, nem impeachment
Desde a redemocratização, seis presidentes já ocuparam a principal cadeira do Poder Executivo nacional. Destes, Fernando Henrique Cardoso, que governou o País por dois mandatos (venceu as eleições de 1995 e de 2002), é o único integrante vivo da lista que não sofreu impeachment ou foi preso. O impedimento ocorreu nos mandatos de Fernando Collor de Mello, em 1992, e em 2016, quando Dilma Rousseff passou por processo semelhante. O ex-presidente Michel Temer engrossou a lista dos presos nesta quinta-feira, na qual havia apenas Lula. Temer assumiu o cargo depois do afastamento de Dilma. Itamar Franco, dono do mandato no qual o Plano Real foi lançado, assumiu a liderança do Executivo após o impeachment de Collor e morreu em 2011.
Fernando Collor de Mello venceu Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições de 1989, com 53% dos votos válidos. O “caçador de marajás” se projetou por meio de um discurso contra os políticos tradicionais e os supersalários de servidores públicos. Primeiro presidente eleito pelo voto direto desde 1960, Collor governou de por dois anos e meio. Foi acusado de corrupção e renunciou em meio ao processo de impeachment, que foi aprovado mesmo assim.
Após o Impeachment de Fernando Collor, Itamar Franco assumiu interinamente a presidência, em 1992. Em dezembro daquele ano, em seu primeiro pronunciamento, ele anunciou as linhas principais de seu governo. No ano seguinte, transferiu Fernando Henrique Cardoso do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério da Fazenda. À época, a inflação alcançou o patamar de 30%. Com o aval do presidente, FHC montou a equipe que fez o Plano Real.