Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de dezembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou um pedido da Polícia Federal (PF) para interrogar o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o conteúdo de dois cofres encontrados no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência.
O interrogatório ocorrerá no dia 30 de dezembro, entre 9h e 11h, na Superintendência da PF em Brasília, onde Bolsonaro está cumprindo a pena de 27 anos e três meses de prisão que recebeu do STF por uma tentativa de golpe de Estado.
De acordo com a PF, os cofres foram abertos em junho deste ano, dois anos e meio após Bolsonaro deixar o Alvorada, e foram encontrados neles “documentos pessoais” do ex-presidente e “outros bens”. A corporação quer ouvi-lo sobre “a propriedade e origem de tais bens”.
“Tendo em vista terem sido encontrados documentos pessoais do ex-Presidente Jair Messias Bolsonaro, junto a outros bens, faz-se necessária a realização de oitiva do mesmo, para que se manifeste sobre a propriedade e origem de tais bens”, diz o ofício, enviado mais cedo para Moraes.
No documento, a PF informou que foi acionada pela Presidência da República, e os cofres foram abertos no dia 25 de junho deste ano. Os agentes encontraram documentos pessoais e outros bens do ex-presidente. Diante da situação, a PF quer tomar o depoimento de Bolsonaro na prisão.
“Faz-se necessária a realização de oitiva do mesmo, para que se manifeste sobre a propriedade e origem de tais bens”, argumenta a corporação.
A oitiva deverá ser realizada na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde o ex-presidente cumpre pena de 27 anos e 3 meses de prisão pela condenação na ação penal da trama golpista.
Tornozeleira
O laudo de conclusão da perícia realizada pela PF na tornozeleira eletrônica violada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante prisão domiciliar aponta que os danos ao material “apresentam características de execução grosseira, o que sugere que a ferramenta foi utilizada sem precisão técnica.”
A tornozeleira foi analisada por peritos do Instituto Nacional de Criminalística.
Os peritos testaram a possibilidade de que o instrumento utilizado para danificar o aparelho fosse um ferro de solda, como informado pelo próprio ex-presidente à época, e constataram que “as características fÍsicas das áreas testadas com ferro de solda são compatíveis com o aspecto do dano no material questionado.”
“O aspecto físico e as análises realizadas na área danificada sugerem que na tornozeleira eletrônica foi empregada uma fonte de calor concentrado com ferro em sua composição. Testes realizados com ferro de solda na superfície do material questionado exibiram aspectos compatíveis com os danos verificados”, conclui o documento.
Em outro ponto do documento, os peritos apontam que é possível identificar que um dos pontos de dano no material “o invólucro teve pontos de penetração total, expondo a bateria do equipamento em seu interior, o que, tipicamente, é suficiente para o acionamento de alarmes de integridade ou de violação.”