Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2025
Frota já havia sido deputado federal por São Paulo entre 2019 e 2023.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência SenadoAlexandre Frota, que era vereador pelo PDT, foi cassado pela Câmara Municipal de Cotia, na Região Metropolitana de São Paulo.
A perda de mandato ocorreu porque o ex-ator da Globo foi condenado em um processo de calúnia e difamação movido pelo ex-deputado federal Jean Wyllys (na época pelo PSOL; atualmente ele é filiado ao PT).
Em abril de 2017, Frota publicou em suas redes sociais uma foto de Wyllys, atribuindo-lhe a seguinte frase: “A pedofilia é uma prática normal em diversas espécies de animal (sic), anormal é o seu preconceito”.
Na época, o post foi compartilhado quase 10 mil vezes e teve mais de quatro mil curtidas e dois mil comentários. Na ação judicial, ficou provado que a frase jamais foi dita por ele.
Frota foi condenado em 2018, mas recorreu a instâncias superiores da Justiça. No entanto, a decisão da juíza Adriana Freisleben de Zanetti foi mantida e, no final de agosto, transitou em julgado. A pena foi fixada em dois anos e 26 dias de detenção em regime aberto, além de pagamento de multa, mas a forma de cumprimento ainda pode ser substituída, por exemplo, por prestação de serviços à comunidade.
Ao anunciar a decisão na sexta-feira (3), o presidente da Câmara Municipal de Cotia, Osmar Danilo da Silva (conhecido como Professor Osmar), do Republicanos, disse que ela se deu “em razão da condenação criminal por crime doloso, com sentença definitiva e irrecorrível”. Ele disse que fundamentou a decisão na Constituição Federal e na Lei Orgânica do Município.
Nas redes sociais, Frota agradeceu aos eleitores que lhe elegeram em 2024, com 2.893 votos (2,10%). “Acho que aqueles que votaram em mim ficaram orgulhosos. E aqueles que não votaram também se orgulharam de ter um cara tão comprometido com a cidade”, disse. “Mas a política tem dessas coisas. É uma guerra.”
“Infelizmente, a Câmara hoje cassou o meu mandato, como vocês todos já devem saber. É óbvio que eu não fiquei feliz, fiquei triste porque eu vinha exercendo um trabalho profissional bacana, de muita entrega, de muito amor a essa cidade”, prosseguiu no vídeo, publicado logo depois do anúncio. Ele não citou os motivos da condenação judicial.
Ex-galã da Globo e também ex-ator pornô, Frota já havia sido deputado federal por São Paulo entre 2019 e 2023. Nas eleições de 2018, ele recebeu mais de 155 mil votos e entrou na lista dos vinte mais votados do estado. Em 2022, ele não conseguiu se reeleger.
Na época da primeira candidatura, ele era filiado ao PSL, que era o partido de Jair Bolsonaro, eleito presidente na mesma ocasião. Frota foi expulso do partido após criticá-lo publicamente. Depois disso, se filiou ao PSDB, tendo passado ainda pelo PROS e pelo Solidariedade antes de migrar para o PDT.