Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2017
Alguém pode ser a favor de Eduardo Cunha, Dilma Rousseff e Michel Temer ao mesmo tempo? Na Câmara dos Deputados, sim. No cruzamento das votações pela autorização de abertura de inquérito contra Temer, pelo impeachment de Dilma e pela cassação de Cunha, ex-presidente da Casa, é possível identificar dois parlamentares que votaram pela salvação dos acusados nas três ocasiões: João Carlos Bacelar (PR-BA) e (Podemos-AP).
Para Bacelar, Temer se salvou porque tem “sensibilidade política”, algo que, na sua opinião, faltou a Dilma. “Não foi compra de emenda, compra de deputado”, garante. “A função do deputado é levar benefício para os seus municípios. É função do governo liberar, é função do deputado é cobrar.”
Para Jozi, o que salvou Temer foi o entendimento de que seu afastamento produziria mais desgaste para o país. Não obstante a estagnação, ela acredita que a maioria de seus pares entendeu que “a gente não pode parar”.
Em nome de Bacelar estão empenhados R$ 6,9 milhões em emendas parlamentares. Jozi não tem emendas prometidas, mas conseguiu R$ 1 milhão em liberações recentemente.
O deputado usa o próprio exemplo para descrever a habilidade de Temer em conquistar seus pares. “É o trato parlamentar, é a relação política, é a afinidade. Às vezes você dá um não ao parlamentar, mas você dá o carinho. É a mesma coisa eu com prefeito. Às vezes eu não posso atender o prefeito, mas sento com ele, escuto ele falar dos problemas do município dele.”
Jozi vê com outros olhos, mas não detalha o raciocínio: “Acho que ele [Temer] tem trabalhado bastante”, sintetiza, sem mais explicações. Na opinião de Bacelar, o trabalho do ministro tucano Antonio Imbassahy (Governo) nos últimos dias foi fundamental para o resultado pró-Temer.