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Brasil Algumas das principais legendas eleitorais brasileiras estão mudando de nome para tentar se reconciliar com uma sociedade que rejeita o sistema político tradicional

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De janeiro de 2018 a janeiro de 2019, esses deslocamentos custaram R$ 3,9 milhões. (Foto: Câmara dos Deputados)

Saem o socialismo, o trabalhismo, o liberalismo e outras ideologias políticas. Entram verbos e substantivos parecidos com slogans: “Avante”, “Podemos”, “Cidadania”. Algumas das principais legendas eleitorais brasileiras (e outras sem tanta relevância) estão mudando de nome para tentar se reconciliar com uma sociedade que rejeita o sistema político tradicional. Uma pesquisa Datafolha divulgada em abril informou que apenas 5% dos brasileiros “confiam muito” nos partidos.

Uma das mudanças mais recentes ocorreu no PPS (Partido Popular Socialista), que, desde março, prefere ser chamado de Cidadania. Em 1992, após a falência da União Soviética, lideranças importantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) fundaram o PPS para afirmar as aspirações democráticas dos socialistas. Quase três décadas depois, eles abandonam a referência ao socialismo para receber grupos que pregam a renovação, como o Agora, o Acredite e o Livres, que abandonou o PSL (Partido Social Liberal) no início de 2018, com a entrada de Jair Bolsonaro.

“Mudamos o nome para melhor representar a nova sociedade”, disse Roberto Freire, presidente da legenda. “Na sociedade industrial, que não existe mais, os partidos representavam a classe operária ou a classe média. Hoje, um partido tem que representar todo o conjunto social”.

Também mudaram de nome recentemente o PTN (que virou Podemos), o PSDC (Democracia Cristã) e o PP (Progressistas). O PRB quer se chamar Republicanos e o PR (Partido da República) vai voltar a ser PL (Partido Liberal). O MDB, que há pouco a mais de um ano se livrou do “P” de “partido”, discute se chamar apenas “Movimento”. O PSDB não descarta adotar outro nome.

“Essas mudanças de nome refletem o desgaste dos partidos, que não representam mais as mesmas linhas ideológicas de quando foram criados. Os nomes já não expressam mais a pregação desses partidos”, afirmou o marqueteiro Lula Guimarães, que, no ano passado, trabalhou na campanha presidencial do tucano Geraldo Alckmin.

Silvana Krause, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lembra que na História já houve casos em que a lei exigiu a mudança de nomes. Em 1979, uma norma baixada pela ditadura extinguiu a Arena e o MDB e determinou que todas as legendas carregassem a palavra “partido” no nome. O MDB virou PMDB; a Arena, PDS. Depois, o PDS se dividiu em PPR e PFL. O PPR virou PPB, depois PP e, desde 2017, Progressistas. Em 2007, o PFL deixou se ser Partido da Frente Liberal e adotou outro nome: Democratas (DEM).

“O MDB quer ser Movimento para reivindicar sua atuação na ditadura militar e na transição democrática. Essa volta às origens tem a ver com o desgaste do partido depois do impeachment de Dilma Rousseff”, disse a professora.

Para o cientista político Antonio Lavareda, que participou das discussões da mudança de nome do PFL, os partidos se rebatizam por três razões principais: ascensão de novas lideranças; mudanças programáticas e ideológicas; reposicionar-se diante do eleitorado e se apresentar como um movimento social com raízes firmes na sociedade. O PSDB, por exemplo, talvez mude de nome porque as novas lideranças partidárias, como o governador de São Paulo, João Doria, estão mais próximas da direita do que da social democracia.

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