Segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Apontado por delatores da Lava-Jato como representante do presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) para negociar propinas no esquema de corrupção na Petrobras, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) não soube explicar à PF (Polícia Federal) porque teve uma evolução patrimonial de 300 mil reais, em 2006, para 6,8 milhões de reais, em 2010, conforme ele declarou à Justiça Eleitoral.
O parlamentar recorreu a uma explicação singela, “não me recordo”, para valores em espécie que mantinha em sua casa e outros bens, como propriedades rurais em Tocantins. O parlamentar foi citado pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como representante do presidente do Senado no esquema de propinas na estatal. Gomes negou à PF que fosse emissário de Calheiros.
Sobre os valores que não conseguiu explicar, o deputado afirmou apenas que pediu ao seu contador para que apresentasse uma justificativa para a evolução patrimonial constatada a partir destas duas declarações (de bens de 2010 e 2014).
“Não me recordo”
O esquecimento do parlamentar surpreendeu os investigadores. “Que, indagado da origem do valor de
1,3 milhão de reais, em espécie, constantes de sua declaração à Justiça Eleitoral no ano de 2010, o declarante afirmou que este valor decorreu da venda de sua participação em uma empresa cujo nome não se recorda”, anotou a PF no termo de declarações de Gomes.
Petrobras
O parlamentar também negou ter participado de reuniões com Calheiros e Paulo Roberto Costa onde tenham sido tratados temas da Petrobras, especialmente aqueles narrados pelo ex-diretor de Abastecimento em sua delação premiada. (AE)