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Economia Alta de despesas na construção e juro maior devem aumentar preços de imóveis e frear lançamentos

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Modalidade de financiamento visa reduzir ou zerar pagamento do valor da entrada de um imóvel para famílias com renda mensal de até R$ 4 mil. (Foto: Divulgação)

O aumento nos custos da construção civil, a alta dos juros e a demora na vacinação contra o coronavírus representam um sinal de alerta para o mercado imobiliário. A expectativa é que essa combinação de fatores não só eleve os preços dos imóveis como ajude a frear os lançamentos previstos para 2021.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) reduziu a expectativa de vendas e lançamentos de alta de 10% para estabilidade em relação ao ano passado, quando foram anunciadas 152 mil novas unidades residenciais.

A alta do dólar tem peso forte na equação, com impacto no custo de matérias-primas. Nos últimos 12 meses, o aumento médio foi de 15% a 20%. As construtoras citam itens como cobre, que subiu mais de 200% no período, aço (com alta de 70%) e cimento (45%), entre outros.

“Se tivermos o mesmo número de 2020 será ótimo. A vacinação não avança. Estamos num cenário de alta nos custos e de risco de desabastecimento. Já criamos fóruns regionais para entender o motivo de produtos como aço e cobre não estarem chegando nas empresas”, disse Celso Petrucci, presidente da Comissão de Indústria Imobiliária da Cbic.

A expectativa é de aumento de até 6% nos preços dos imóveis este ano, segundo projeção da FipeZap. É uma alta mais forte do que a expectativa de inflação para este ano, de 4,81%, segundo o boletim Focus. No ano passado, os preços de vendas de casas no país subiram 3,7%.

“O aumento das matérias-primas preocupa, pois vai ser repassado ao consumidor. A pandemia trouxe incerteza, elevou a cotação do dólar e interrompeu o ciclo de produção, o que impacta os custos do setor. A expectativa é de aumento nos preços, o que pode frear as vendas”, disse Milton Bigucci Junior, diretor técnico da construtora MBigucci e presidente da Associação dos Construtores do Grande ABC.

O economista Danilo Igliori, do DataZAP, avalia que os financiamentos devem ficar mais caros com o avanço da Selic a médio e longo prazos. O Banco Central elevou a taxa de 2% para 2,75% ao ano e indicou novo aumento de igual magnitude (0,75 ponto percentual) em maio.

Para os especialistas, o juro mais alto tende a reduzir a demanda por financiamento ao longo do ano e encerrar o ciclo de recordes. Em janeiro e fevereiro, houve alta de 77% na compra de imóveis financiados na comparação com o primeiro bimestre do ano passado, para 74,3 mil imóveis, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

“Em 2021, os preços podem subir, em média, entre 4,5% e 6%. Neste início de ano, Curitiba, Manaus e Brasília acumulam alta superior a 10%, menor que os 4,1% em São Paulo e os 2% no Rio. O custo maior ao longo de 2021 vai contaminar primeiro imóveis novos e depois usados. Podemos ver alguns lançamentos adiados, a depender de como a economia vai se comportar”, disse Igliori.

Mudança de estratégia

Segundo Michel Gottlieb, presidente da RJZ Cyrella, os custos subiram em média 15% para empreendimentos em Rio, São Paulo e Região Sul. Ele destaca o aumento das matérias-primas e da mão de obra. Para driblar esses efeitos, a empresa renegociou contratos e mudou o relacionamento com fornecedores: “Passamos a comprar antecipado e em escala para reduzir os custos e criar uma proteção. Todos os insumos estão subindo, como aço, alumínio, vidro e cobre. E muitas fábricas preferem exportar por causa do dólar. Estamos apertando a margem sobretudo para os imóveis do Programa Casa Verde e Amarela, que tem teto de até R$ 240 mil”.

Com a estratégia de reduzir os custos, a RJZ vem mantendo seu calendário de lançamentos no Rio, com imóveis de alto padrão em Barra da Tijuca, Botafogo e Arpoador, além de projetos populares em Campo Grande e Cachambi.

Maurício Corrêa, diretor comercial da construtora Jeronimo Da Veiga, diz que já há uma antecipação de compras diante do receio de aumento de preços. Ele cita alta de 50% nas vendas do primeiro trimestre frente a igual período de 2020.

Por isso, a empresa manteve o lançamento de oito empreendimentos do Casa Verde e Amarela previstos para 2021.

Construtoras relatam que já há pressão do setor para que o governo aumente o teto do Casa Verde e Amarela. A construtora MBigucci tem hoje a perspectiva de lançar três empreendimentos em São Paulo, além de outros dois que já estão em construção.

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