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Brasil Ambientalistas tentam salvar animais em santuário ecológico em chamas em Mato Grosso

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O bioma também perdeu para a agricultura e pecuária quase 5 milhões de hectares de mata nativa, conforme os dados do MapBiomas. (Foto: Ascom/CBMMS)

Ambientalistas estão resgatando animais em um santuário ecológico do Pantanal, que está queimando há mais de uma semana em Mato Grosso. O Tuiuiú, pássaro símbolo do Pantanal, se refresca em mais um dia de calor acima dos 40ºC. Próximo ao rio, a onça se arrasta.

Uma força-tarefa foi montada para resgatar o animal. E acabou encontrando uma outra onça com ferimentos provocados pelo fogo. Ela foi levada no helicóptero da Marinha até o aeroporto de Cuiabá e transferida para a Universidade Federal de Mato Grosso.

O Parque do Encontro das Águas, onde a onça foi resgatada, tem 110 mil hectares. Metade já foi atingido pelo fogo. Agora, os bombeiros lutam para criar uma zona livre das chamas.

“Nós estamos construindo um aceiro, que vai estabelecer uma área em torno de 20 quilômetros quadrados para que se torne uma ilha para que os animais possam fugir para esse local. Vamos ficar no entorno dessa ilha defendendo toda e qualquer frente de fogo que possa ameaçar esse local”, destaca o coronel Paulo Barroso, Corpo de Bombeiros- Mato Grosso.

Quanto mais se navega e avança pelo Rio Cuiabá Porto Jofre, se percebe que a fumaça fica cada vez mais densa. Mesmo de máscara, é muito difícil de respirar e ficar com os olhos abertos. Segundo estimativa do Ibama, 25% do Pantanal já foram consumidos pelo fogo em Mato Grosso.

“Há voluntários, há ONGs, e o próprio estado, setores para poder acolher e tentar resgatar e cuidar desses animais atingidos nem que seja com água ou alimentação”, diz Felipe Saboia, bombeiro.

Rebanhos

O velho fazendeiro e trinta de seus bois estavam encurralados pelo fogo. Jamil Costa, 71 anos, cada minuto da idade vivido neste rincão do Pantanal do Mato Grosso, tentava guiar de caminhonete os animais desgarrados de um rebanho de duas mil e quinhentas cabeças pela Rodovia Transpantaneira quando foi surpreendido pelo bloqueio do caminho. De repente, o incêndio veio ainda, ao longe, de outras frentes. “Estou dentro de um círculo de fogo”, disse por rádio a uma filha, desesperado. “Que seja feita a vontade Dele.”

As preces do pantaneiro a São Benedito e a São José se sucediam no ritmo do aumento do bafo da queimada que se aproximava. Entre uma oração e outra, ele viu o fogo dar trégua num dos lados e, no rumo das labaredas mais baixas, acelerou o carro na esperança de que por lá o foco fosse curto. Aproveitou a ajuda da Providência para escapar. Por horas, as chamas tomaram um vasto trecho da rodovia e de suas margens. “Mirei meu gado e esqueci de mim”, disse, à noite, com a cabeça no gado deixado para trás. Uma relação intensa, de homem e bichos, se rompera.

Dias antes, contou ele ao jornal Estadão, o fogo engolira 90% do pasto nativo da fazenda de 40 mil hectares de Jamil em Porto Jofre, localidade de Poconé, a 290 quilômetros de Cuiabá. Ele decidiu, então, arrendar um curral a quilômetros dali para transferir a boiada. Mas a vida do pantaneiro não é fácil. Os focos também apareceram na nova área e o produtor teve de transferir os animais novamente de lugar.

O cerco do fogo ocorreu nessa segunda transferência. Numa tarde do começo de setembro, Jamil aproveitou o descanso do rebanho na beira da estrada para ajudar um grupo de amigos também fazendeiros a conter uma queimada que atingia uma ponte de madeira. Foi nesse momento que, afastado dos demais, tentou trazer os animais desgarrados para onde estava a maior parte do rebanho e se viu cercado pelo fogo.

Durante uma semana, o fazendeiro e seus vaqueiros não conseguiram ir atrás e saber o paradeiro dos animais – a fumaça densa impedia o monitoramento à distância e as condições de um resgate eram ainda difíceis. Jamil temia que boa parte dos bois tivesse tido o mesmo fim que capivaras, antas, veados e onças mortas nos últimos dias.

Para a surpresa dele e dos boiadeiros, os bichos reapareceram dias depois, ilesos. Tinham feito um caminho próprio para se salvar das labaredas. “É um incêndio criminoso”, esbraveja o fazendeiro numa conversa com o jornal Estadão, marcada pela emoção do pantaneiro.

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https://www.osul.com.br/ambientalistas-tentam-salvar-animais-em-santuario-ecologico-em-chamas-em-mato-grosso/ Ambientalistas tentam salvar animais em santuário ecológico em chamas em Mato Grosso 2020-09-13
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