Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2015
O delator da Operação Lava-Jato, Fernando Baiano, afirmou que uma das noras do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria se beneficiado de dinheiro de corrupção. O pagamento de 2 milhões de reais teria sido entregue a José Carlos Bumlai, amigo de Lula, como comissão de uma negociação realizada com a Petrobras.
A negociata envolvia a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista que está em recuperação judicial. O dinheiro seria destinado a despesas referentes a um apartamento de uma das noras de Lula. Porém, Baiano não informou qual delas teria recebido o dinheiro.
Defesa
Em nota, o Instituto Lula disse que o ex-presidente nunca atuou como intermediário de empresas em contratos, antes, durante ou depois de seu governo e que jamais autorizou que Bumlai ou qualquer pessoa utilizasse seu nome em qualquer espécie de lobby. “Lula tem quatro noras e nenhuma delas recebeu, direta ou indiretamente, qualquer quantia ou favor do réu Fernando Baiano”, informou a nota. Bumlai também negou.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Bumlai também foi citado em delação pelo ex-gerente da área Internacional da Petrobras, Eduardo Musa. Ele foi acusado pelos dois delatores de ter acertado o pagamento de 5 milhões de dólares em propina para o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró e outros dois ex-gerentes da estatal. Os valores foram pagos pelo Grupo Schahin, em troca de contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, afirmou o jornal, citando o depoimento dos delatores.
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) também é citado na delação de Baiano. O lobista afirmou que fez pagamentos em dinheiro vivo de ao menos 1 milhão de reais ao deputado. O pagamento era parte de uma propina de 5 milhões de dólares prometida a Cunha pelo lobista Julio Camargo, referente à contratação de navios-sonda pela Petrobras. Cunha negou as acusações.