Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2018
O candidato do partido Novo a presidente, João Amoêdo, afirmou nesta quarta (3), sobre Jair Bolsonaro (PSL), que “ele nunca contribuiu para nada em duas décadas de atividade parlamentar”, e que o apoio está condicionado a uma avaliação de princípios.
Segundo Amoêdo, a incoerência entre o discurso do líder da corrida presidencial e sua atuação como deputado federal põe em dúvida suas promessas de renovação da política. “É difícil imaginar que alguma mudança venha daí, e por isso sou muito cético sobre seu discurso.”
Ex-banqueiro que entrou na corrida presidencial para dar impulso ao partido que fundou e sua plataforma liberal, Amoêdo aparece nas pesquisas com 3% das intenções de voto e tem sido pressionado por seguidores a aderir à onda conservadora que levou Bolsonaro à liderança.
O candidato do Novo ao governo de Minas Gerais, Romeu Zema, chegou a pedir votos para Bolsonaro, e não só para Amoêdo, no fim de um debate na noite de terça (2). O partido repreendeu o candidato publicamente, lembrando o compromisso que seus filiados têm com a disciplina partidária.
Amoêdo, que não quis opinar sobre Zema, disse acreditar que dificilmente a eleição presidencial será liquidada no primeiro turno e afirmou que os rumos do Novo no segundo turno serão definidos pelo diretório nacional após avaliação das propostas dos candidatos que disputarem a rodada decisiva.
Embora não faça parte do diretório, Amoêdo afirmou que deverá participar das discussões. De acordo com o estatuto do Novo, candidatos e detentores de mandato eletivo não podem ocupar cargos na burocracia partidária.
“Uma definição no primeiro turno tiraria do eleitor a chance de fazer uma escolha consciente e debater melhor as propostas dos candidatos”, afirmou Amoêdo. “No segundo turno, espero que o partido discuta ideias e princípios antes de decidir o que fazer.”
O candidato do Novo descartou a possibilidade de apoio a Fernando Haddad (PT), o segundo colocado nas pesquisas, num eventual segundo turno. “O PT não reconhece seus erros e não merece crédito”, afirmou. “Há incoerência no fato de ele ainda ser visto por tantos eleitores como uma perspectiva.”
Fundado em 2011, o partido Novo só teve o registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2015. Elegeu quatro vereadores nas eleições de 2016 e participa pela primeira vez de uma disputa nacional, com cinco candidatos a governador e centenas de candidatos à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas.
Em 2014, quando a sigla ainda estava se constituindo, o Novo declarou formalmente apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno, contra Dilma Rousseff (PT).
Em 2016, o partido manteve neutralidade no Rio, em Belo Horizonte, Porto Alegre e outras cidades onde houve segundo turno na eleição para prefeito.