Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de junho de 2025
A pesquisa contou com a análise de dados de cerca 480 mil pessoas participantes do UK Biobank, um estudo de saúde de longo prazo.
Foto: ReproduçãoA prática andar de bicicleta, também chamado de ciclismo, é uma fonte de paixão para muitas pessoas. Agora, pesquisadores descobriram que o hábito de utilizar a bicicleta como principal meio de transporte pode reduzir o risco de demência em 19% e de Alzheimer em 22%.
Outra descoberta foi que o ciclismo consegue ajudar a tornar o hipocampo maior, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica JAMA Network Open.
“O ciclismo é um exercício de intensidade moderada a alta e também exige equilíbrio. Exige funções cerebrais mais complexas do que caminhar, e é por isso que talvez tenha sido um redutor mais eficaz do risco de demência. Não se trata apenas de fazer exercícios e torná-los parte da sua rotina, mas de pensar na maneira como você vive a sua vida”, explica Liron Sinvani, diretora de serviços geriátricos do Northwell Health em Manhasset, Nova York, que revisou os resultados, em comunicado.
A pesquisa contou com a análise de dados de cerca 480 mil pessoas participantes do UK Biobank, um estudo de saúde de longo prazo de pessoas que vivem na Inglaterra, Escócia e País de Gales. Assim, aqueles que participaram relataram quais formas de locomoção mais utilizam.
O acompanhamento teve um tempo médio de 13 anos, e durante o período, mais de 8.800 pessoas que responderam aos questionários desenvolveram demência e quase 4.000 desenvolveram Alzheimer.
Enquanto isso, houve um risco menor de demência e Alzheimer entre aqueles que andavam de bicicleta ou incluíam o ciclismo entre outras formas de deslocamento, como caminhar, dirigir ou usar transporte público.
E isso mostrou força especialmente entre as pessoas que não apresentam um risco genético maior para o Alzheimer, com a presença variante genética APOE E4. Assim, segundo os achados, aqueles que não apresentaram essa variante tiveram um risco 26% menor de demência e 25% menor de Alzheimer.
Outro achado consistente dos pesquisadores foram exames de ressonância magnética cerebral que mostraram que andar de bicicleta também estava associado a um hipocampo maior, uma parte do cérebro envolvida na formação da memória e no aprendizado, observaram os pesquisadores.
“Nossas descobertas sugerem que a promoção de estratégias de deslocamento ativo, particularmente o ciclismo, pode estar associada a um menor risco de demência entre adultos de meia-idade e idosos, o que traz benefícios substanciais à saúde pública ao incentivar práticas acessíveis e sustentáveis para a preservação da saúde cognitiva”, concluiu a equipe de pesquisa liderada por Liangkai Chen, professor associado do Tongji Medical College da Universidade de Ciência e Tecnologia Huazhong, em Wuhan, China.
Além disso, o hábito de dirigir um carro também mostrou alguma proteção contra a demência em comparação a pegar ônibus ou metrô.
“Mesmo usando meios de transporte inativos, como carro ou transporte público, parecia que dirigir tinha um impacto um pouco melhor [na saúde do cérebro] do que o transporte público”, recomenda Sinvani.
(Com informações do O Globo)