Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2025
Dados oficiais registraram 806 feridos, 184 mortos e 25 desaparecidos devido às inundações.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência BrasilUm relatório publicado pela Anistia Internacional Brasil indicou falhas em diferentes instâncias do poder público no enfrentamento às enchentes do Rio Grande do Sul, que completaram um ano nesta semana.
O episódio foi listado junto a outras tragédias internacionais como exemplo de momentos em que governos “não realizaram as ações suficientes para minimizar os impactos da crise climática” e a população teve seu direito de acesso ao meio ambiente saudável violado.
No documento, é citado que as enchentes afetaram 2,3 milhões de pessoas e deslocaram 600.000, fazendo com que 27 municípios decretassem estado de emergência em maio do ano passado. Dados oficiais também recuperados pela instituição registraram 806 feridos, 184 mortos e 25 desaparecidos devido às inundações.
É mencionada a informação de que a Secretaria de Saúde, até agosto, havia registrado 788 casos de leptospirose e 10 surtos de doença diarreica aguda. O relatório ainda aponta que grupos vulneráveis foram particularmente prejudicados, incluindo 16.691 indígenas.
Um ano após a tragédia, o Estado ainda enfrenta problemas como a falta de moradias, dificultando a recuperação das vítimas afetadas pelas chuvas. Embora programas habitacionais federais e estaduais estejam em andamento, eles não conseguem atender ao volume de famílias desabrigadas.
Dados divulgados pelo governo do estado apontam que, ainda hoje, 383 pessoas vivem em abrigos públicos em oito cidades. Já os Centros Humanitários de Acolhimento (CHAs), chamados popularmente de “cidades provisórias”, em Porto Alegre e em Canoas, abrigam 350 pessoas. Eles terão as atividades encerradas em maio. Os acolhidos serão realocados para moradias temporárias disponibilizadas pelo estado.
Especialistas ressaltam, contudo, que o número de desabrigados é subnotificado, já que não houve uma busca ativa posterior por parte das prefeituras, a fim de localizar pessoas que haviam perdido suas casas e não estavam em abrigos.
Além disso, a reconstrução tem sido marcada por atrasos na construção de sistemas anticheias, reformas de diques e construção de casas. Até agora, o investimento estadual na reconstrução ultrapassa R$ 6,7 bilhões. O governo federal destinou R$ 111,6 bilhões para o Rio Grande do Sul e executou, por enquanto, mais de R$ 89 bilhões.
Conforme o governo gaúcho, 298 hospitais em 87 municípios tiveram suas instalações afetadas pelas enchentes. Com exceção do Hospital Pronto Socorro de Canoas que opera parcialmente, todos os outros voltaram ao funcionamento.
Em 218 unidades houve perda de equipamentos, enquanto em 244 hospitais o governo informou perda da mobília. Ainda segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 48 veículos, sendo 26 ambulâncias, foram perdidos nas águas das enchentes.
Os prejuízos da crise climática que atingiu o Estado também se estenderam aos estudantes. Mais de 400 mil alunos de escolas estaduais foram impactados. Cerca de 600 instituições foram danificadas e, desse total, oito ainda não retornaram aos espaços de origem.
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