Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
Antes um crítico do Bolsa Família, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) agora diz que pretende expandir o programa social para toda a população. Em seu programa de governo, além da defesa da legalização do porte de armas e da transformação da invasão de propriedades em terrorismo, ele diz que pretende instituir em seu governo um programa de renda mínima para que cada brasileiro receba o equivalente – ou mais – do que é atualmente pago pelo Bolsa Família.
Ele não explicou, porém, de onde tiraria recursos para cobrir as despesas que seriam geradas por uma iniciativa desse porte. No mesmo capítulo, afirma que o benefício é inspirado em “pensadores liberais” e promete modernizá-lo, “com vantagens para os beneficiários”, também sem entrar em mais detalhes sobre a proposta.
A ideia contrasta com a postura com que ele, durante o seu mandato de deputado federal, costuma tratar o programa iniciado na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2011, o parlamentar criticou o Bolsa Família, definindo-o como “nada mais do que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dar a quem se acomoda, a fim de que os beneficiários usem o título de eleitor para mantenha quem está no poder”.
Ainda no programa de governo, Bolsonaro defende também a instituição de uma nova carteira de trabalho, verde e amarela, para que os jovens possam escolher entre esse modelo e o tradicional, em azul marinho. Essa nova versão, segundo ele, permitirá que contratos individuais prevaleçam sobre a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), mantendo os direitos constitucionais.
Em relação à Previdência Social, Bolsonaro defendeu a introdução gradual de um modelo de capitalização, dando a opção para que os novos participantes escolham entre os dois sistemas. Os que escolherem a capitalização receberão a redução de seus encargos trabalhistas, prevê o candidato ao Palácio do Planalto.
“Terrorismo”
Em seu programa de governo, Jair Bolsonaro também afirma que pretende tipificar como “terrorismo” as invasões de propriedades rurais e urbanas em território brasileiro. Conforme o documento, essa seria uma das medidas para reduzir “homicídios, roubos, estupros e outros crimes”, mas não explica a relação entre os dois fatos.
Além disso, defende teses como “prender e deixar preso” para a redução da criminalidade e o “excludente de ilicitude” para policiais que hoje seriam punidos – segundo ele, “injustamente”. O candidato atribui o crescimento da violência no Brasil e em outros países às ideias propagadas por movimentos e entidades de esquerda.