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Saúde Anticoagulante em dose maior não melhora quadro de coronavírus e aumenta o risco de sangramento

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Projeto de lei dispensa inclusão do medicamento nos protocolos da ANS e foi aprovada por 398 votos a 10. Agora, proposta segue para sanção presidencial. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O uso do anticoagulante oral rivaroxabana em dosagem mais alta em pacientes hospitalizados com covid-19 não ajuda na melhora do paciente e ainda aumenta o risco de sangramentos, aponta um estudo brasileiro apresentado no congresso do Colégio Americano de Cardiologia.

Trata-se de mais uma pesquisa da Coalizão Covid-19 Brasil, aliança dos principais hospitais privados do País formada para a realização de dez estudos clínicos de possíveis tratamentos para o coronavírus. Integram a força-tarefa os Hospitais Sírio-Libanês, Albert Einstein, HCor, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa de São Paulo, além do Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e a Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet).

A nova pesquisa avaliou o desempenho do remédio em doentes internados e que tinham maior risco de desenvolver trombos (coágulos), problema que vem sendo frequentemente observado em pessoas infectadas com o coronavírus e que aumenta o risco de complicações graves da doença.

Foram incluídos no estudo 615 pacientes. De forma randomizada, eles foram divididos em dois grupos: o primeiro, com 311 participantes, recebeu a dosagem terapêutica do anticoagulante, ou seja, a mesma usada para tratar pacientes que já apresentam trombose.

O segundo grupo, com 304 doentes, recebeu apenas a dose profilática do anticoagulante heparina, usado de forma rotineira em qualquer doente hospitalizado para reduzir o risco da formação de coágulos, que acaba sendo favorecida pela imobilização do paciente acamado e quadros de infecção. Os doentes foram acompanhados por 30 dias.

Os pesquisadores observaram que o remédio não foi capaz de reduzir de forma significativa a ocorrência de trombos entre os participantes e ainda foi associado a maior incidência de sangramentos.

De acordo com o cardiologista Renato Lopes, professor de medicina da Duke University e membro do comitê executivo do grupo Coalizão, desfechos trombóticos como tromboembolismo, infarto e AVC foram observados em 7,4% dos pacientes que usaram o anticoagulante de forma terapêutica e em 9,9% dos que tomaram a dose profilática. “Apesar da diferença nos números absolutos, essa diferença não tem significância estatística”, explica ele.

Por outro lado, a incidência de sangramentos relevantes foi de 8,4% no grupo terapêutico e de apenas 2,3% no grupo profilático, o que demonstra o risco aumentado desse evento adverso nos pacientes tratados com dosagem maior de anticoagulante.

Lopes destaca que a medicação em dosagem mais alta vinha sendo usada por alguns médicos que acreditavam na possibilidade da droga promover melhora, mas que essa expectativa não se confirmou no estudo e que o uso de anticoagulante em dosagens terapêuticas passa a ser contraindicado.

“O índice de sangramento foi muito maior entre esses pacientes e a redução nas tromboses foi muito pequena, o que faz o risco ser maior do que o benefício. Portanto, não vale a pena usar essa medicação para quem não teve trombose”, diz o especialista, que destaca que a dose profilática de anticoagulante segue sendo recomendada para qualquer caso de paciente internado.

Ele relembra ainda que há médicos incluindo anticoagulantes até mesmo nas receitas do chamado “kit covid”, grupo de medicamentos sem eficácia contra a covid, como hidroxicloroquina e ivermectina, que estão sendo prescritos a pacientes no início dos sintomas.

O risco nesses casos, diz Lopes, é ainda maior pois sangramentos podem ocorrer sem que o paciente esteja sendo monitorado de perto. “Pacientes que não estão internados não devem receber nenhum anticoagulante”, ressalta o médico.

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