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Brasil Antonio Palocci disse que participou de uma reunião com Lula, Dilma e presidente da Petrobras para acerto de propina em contratos do pré-sal

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José Sérgio Gabrielli (E) com os líderes petistas em evento na estatal. (Foto: Agência Brasil/Arquivo)

O ex-ministro Antônio Palocci afirmou ao juiz federal Sérgio Moro, nessa quarta-feira, que participou de uma reunião com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Na ocasião, Lula teria pedido uma “contribuição” oriunda de contratos do pré-sal para a primeira campanha de sua sucessora à Presidência da República, em 2010.

Palocci foi preso na Operação Omertà, desdobramento da Operação Lava-Jato, em setembro de 2016, e foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 12 anos e 2 meses de prisão. Ele está tentando fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal).

O ex-ministro resolveu confessar seus crimes em interrogatório no âmbito de processo relacionado à suposta compra, pela Odebrecht, do apartamento vizinho ao de Lula, em São Bernardo do Campo, e do terreno onde seria sediado o Instituto Lula. Segundo o Ministério Público Federal, os imóveis são formas de pagamento de vantagens indevidas ao petista.

O ex-ministro mencionou uma reunião, em 2010, no Palácio da Alvorada, da qual teria participado, ao lado de Dilma Rousseff, Lula, e do então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. O ex-titular da Fazenda disse que nunca havia ouvido Lula falar de uma “maneira tão direta” como naquela reunião.

“Ele disse: ‘Eu chamei vocês aqui por que o pré-sal é o passaporte do Brasil para o futuro, ele que vai dar combustível para um projeto político de longo prazo no Brasil, ele vai pagar as contas nacionais, vai ser o grande financiador dos grandes projetos do Brasil, e eu quero que o Gabrieli faça as sondas pensando nesse grande projeto para o Brasil. Mas o Palocci está aqui, Gabrielli, porque ele vai lhe acompanhar nesse projeto, porque ele vai ter total sucesso e para que garanta que uma parcela desses projetos financie a campanha dessa companheira Dilma Rousseff, que eu quero ver ela presidenta do Brasil”, relatou o ex-ministro.

Palocci ainda disse que Lula “encomendou” a Gabrielli que, “através das sondas, pagasse a campanha da presidente Dilma em 2010 pedindo, obviamente, às empresas os valores que seriam destinados à campanha”. No entanto, apesar da suposta “encomenda”, Palocci frisou que Gabrielli nunca cometeu ilícitos. “Na terceira reunião que eu tive com ele ele deixou claro que não ia viabilizar contribuição de campanha nesse projeto”.

Ele ainda contou que as empresas nacionais que se envolveram em projetos de navios-sonda nunca pagaram propinas em esquemas da Petrobras, porque os contratos “não davam margem” a estes repasses: “As estrangeiras pagaram ao Vaccari porque vinham com sua curva de aprendizagem”.

Defesa

O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula, declarou em nota. “Palocci muda depoimento em busca de delação. O depoimento de Palocci é contraditório com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e com as provas apresentadas”, frisou o texto.

Ainda segundo a mensagem, o fato de estar preso e sob pressão faz com que Palocci negocie com o Ministério Público um acordo de delação “que exige que se justifiquem acusações falsas e sem provas contra Lula, repetindo o papel de delatores como Léo Pinheiro e Delcídio em validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena”.

Em outro trecho, o advogado questiona a credibilidade da delação do ex-ministro: “Palocci compareceu ato pronto para emitir frases e expressões de efeito, como ‘pacto de sangue’, esta última anotada em papéis por ele usados na audiência. Após cumprirem este papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas, inclusive pelo MP”.

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