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Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2019
Nessa quarta-feira, um dia após assumir o cargo, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a revogação da MP (Medida Provisória) 2.215/2001, que, dentre outras medidas, acabou com a promoção automática dos militares que passam à reserva, bem como o auxílio-moradia e o adicional de inatividade da categoria. Ao fazer um breve apanhado histórico, ele elogiou o ex-presidente Fernando Collor (1990-1992) e omitiu o nome de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
Segundo Bolsonaro, as Forças Armadas foram esquecidas por algum tempo porque “são um obstáculo para aqueles que querem usurpar o poder”. “Temos como herança desse governo, que citei agora há pouco, a MP 2.215, que esperamos não deixar completar 19 anos”, disse Bolsonaro. A MP foi sancionada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 31 de agosto de 2001.
Bolsonaro discursou durante a cerimônia de transmissão de posse do ministro da Defesa, no Clube do Exército, em Brasília. Em sua fala, relembrou conquistas das Forças Armadas desde o período da redemocratização e chegou a agradecer o ex-presidente Fernando Collor, que estava presente na plateia, por sancionar lei que instituiu gratificação para os servidores militares das Forças Armadas. Para Bolsonaro, a lei reestruturou a carreira militar.
Outros presidentes
Além de Collor, Bolsonaro também citou José Sarney e Itamar Franco. “Depois tivemos outro governo, que os senhores sabem qual foi, tivemos alguns problemas, vocês sabem qual foi, mas prosseguimos nossa jornada”, afirmou, sem mencionar FHC e arrancando risadas da plateia composta por integrantes das Forças Armadas.
O presidente abandonou a carreira militar na década de 1980, depois de responder por problemas disciplinares. Ele também não fez menções aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
Ele também declarou que a disciplina e o respeito farão do Brasil “uma grande nação”. E destacou que tem feito escolhas técnicas para compor o governo, inclusive no Ministério da Defesa, destacando que a ingerência político-partidária levou à ineficiência e corrupção nas instituições.
Bolsonaro agradeceu, ainda, o trabalho do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, e a amizade de anos que tem com ele. “O senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”, afirmou o presidente, durante a cerimônia de transmissão de cargo no Ministério da Defesa.
Em abril, Villas Bôas se envolveu em uma polêmica ao fazer, na véspera do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula no STF (Supremo Tribunal Federal), um post no Twitter repudiando a “impunidade” e dizendo que o Exército estava “atento às missões institucionais”.