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Por Redação O Sul | 2 de julho de 2019
Das 11 regiões do País pesquisadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para compôr o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que é uma prévia da inflação oficial, cinco apresentaram deflação em junho, no comparativo com o mês anterior. A mais intensa foi observada em Porto Alegre, com recuo de 0,21%, puxado pelo preço de frutas (que tiveram queda de 12,71%) e da gasolina (recuou de 2,64%).
Já a maior alta foi registrada em Brasília (0,30%), influenciada pela alta nos preços das passagens aéreas. No País, o IPCA-15 perdeu força em junho e ficou em 0,06%, após registrar 0,35% em maio. De acordo com os dados divulgados pelo órgão, essa foi a menor taxa para o sexto mês do ano desde 2006, quando ficou em -0,15%.
Ainda conforme o IBGE, quedas nos preços de alimentos e combustíveis – que têm os maiores pesos na composição do índice – ajudaram a inflação a perder força na passagem de maio para junho. O grupo Alimentação e bebidas, que havia ficado estável em maio, teve deflação (-0,64%) em junho. Já os combustíveis (que fazem parte do grupo transportes) tiveram queda de 0,67%, depois de subirem 3,3% no mês anterior.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, somente o de alimentação e bebidas teve deflação no mês. Mas apenas três grupos tiveram taxas maiores em junho que em maio: artigos de residência (de -0,63% em maio para 0,01% em junho), educação (de zero em maio para 0,09% em junho) e comunicação (de -0,04% em maio para zero em junho).
Alimentos em queda
O levantamento oficial ressalta que a safra agrícola fez com que os preços de alguns produtos importantes na mesa do brasileiro tivessem queda significativa no mês passado. Os principais destaques ficaram por conta do feijão-carioca (-14,99%), tomate (-13,43%), feijão-mulatinho (-11,48%), batata-inglesa (-11,3%), feijão-preto (-8,84%) e frutas (-5,25%).
Outra conclusão do Instituto é de que o custo da alimentação fora do domicílio também apresentou recuo em junho. O IPCA-15 para este segmento teve desaceleração de maio para junho, passando de 0,48% para 0,33% no período.
Alívio nos transportes
O grupo dos Transportes desacelerou de 0,65%, em maio, para 0,25% em junho, contribuindo, juntamente com os alimentos, a desacelerar a inflação no período. Essa queda nos transportes foi puxada pelos combustíveis, indica o IBGE.
A gasolina, por sua vez, apresentou alta de 0,1% em junho, contra uma alta de 3,29% no IPCA-15 em maio. Já o etanol, que teve alta de 4% no mês anterior, caiu 4,57%.
Passagem aérea
Com alta de 18,98%, as passagens aéreas exerceram impacto de 0,06 ponto percentual sobre o indicador mensal. Conforme destacou o IBGE, foi o maior impacto positivo na prévia da inflação de junho, ou seja, responsável por pressionar o indicador, impedindo uma desaceleração maior.
No ano, os preços das passagens aéreas acumulam uma queda de 15,32%. O acumulado de 12 meses, porém, resultou em alta de 52,3%.
Meta de inflação
Para este ano. a meta central de inflação é de 4,25% e o intervalo de tolerância do sistema de metas varia de 2,75% a 5,75%. A meta é fixada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está estacionada desde março do ano passado na mínima histórica de 6,5%.
Os analistas das instituições financeiras projetam uma inflação abaixo do centro da meta do governo e, nesta semana, reduziram de 3,84% para 3,82% a expectativa de inflação para o ano, conforme mostrou o último Boletim Focus. Para 2020, eles mantiveram a expectativa em 4%.
(Marcello Campos)