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Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2019
Em visita ao presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, o chefe de Estado da Argentina, Mauricio Macri, afirmou nesta quarta-feira (16) que os governos brasileiro e argentino não aceitam o que ele classificou de “escárnio com a democracia” que, supostamente, foi a eleição que reelegeu Nicolás Maduro. Ele também ressaltou que a comunidade internacional já percebeu que o líder venezuelano é um “ditador que quer se perpetuar no poder com eleições fictícias”.
De acordo com Macri, Brasil e Argentina compartilham uma preocupação com a crise política e econômica da Venezuela.
O argentino afirmou ainda que os dois principais países da América do Sul reconhecem apenas a Assembleia Nacional da Venezuela – parlamento comandado pela oposição ao regime bolivariano – como única instituição legítima do país vizinho, “eleita democraticamente pelo povo venezuelano”.
“Compartilhamos a preocupação pelos venezuelanos. Reafirmamos nossa condenação à ditadura de Nicolás Maduro. Não aceitamos esse escárnio com a democracia, e menos ainda a tentativa de vitimização de quem na verdade é o algoz”, discursou Macri em um pronunciamento conjunto com Bolsonaro no Palácio do Planalto.
“A comunidade internacional já se deu conta. Maduro é um ditador que tenta se perpetuar no poder com eleições fictícias, prendendo opositores e levando os venezuelanos a uma situação desesperadora e angustiante”, complementou o presidente argentino.
Tratado de extradição
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, falou nesta quarta (16) sobre o aprimoramento do tratado de extradição entre Brasil e Argentina. Durante a manhã, Moro reuniu-se com os ministros argentinos de Justiça e Direitos Humanos, Germán Garavano, e da Segurança, Patrícia Bullrich. Eles acompanham o presidente da Argentina, Mauricio Macri, em sua visita oficial ao Brasil.
Moro falou rapidamente com a imprensa após a apresentação das delegações no Palácio do Planalto, onde Macri foi recebido pelo presidente Jair Bolsonaro. Para o ministro brasileiro, os tratados de extradição são antigos, e a revisão vai permitir uma comunicação mais rápida entre os dois países.
“As formas de comunicação hoje são outras, e a percepção é de que há uma necessidade de sempre agilizar esses mecanismos de cooperação”, afirmou.
O tratado de extradição entre o Brasil e a Argentina foi assinado em 1961 e o decreto de aprovação, promulgado em 1968 no Brasil.
Estreitar laços
O presidente Jair Bolsonaro disse no Twitter que a reunião com o presidente argentino, Mauricio Macri, é uma “grande oportunidade” de estreitar as relações com o país vizinho.
As negociações para acordos bilaterais, além de medidas de flexibilização do Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, uma vez que a Venezuela está suspensa momentaneamente) e a crise na Venezuela estarão na pauta da conversa entre os presidentes.
Durante a manhã, autoridades brasileiras e argentinas se reuniram no Ministério da Justiça. Em discussão, segurança de fronteiras e ações de cooperação de parceria jurídica internacional.
A delegação oficial da Argentina é formada pelos ministros das Relações Exteriores, da Produção, da Defesa, da Fazenda, de Segurança Pública, além do de Justiça e Direitos Humanos.