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Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2020
O incêndio que durante mais de duas semanas destruiu 75,4 mil hectares na Chapada dos Veadeiros foi extinto, anunciaram no domingo (11) o Corpo de Bombeiros e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).
Em nota, as entidades afirmaram que o controle das chamas foi possível após operações noturnas e também com a ajuda da chuva.
Registros do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) indicaram que na sexta (9) caiu uma chuva leve, de 1,2mm, em Alto Paraíso e em Caiapônia. Já em São Simão, foram apenas 0,2 mm.
Até sábado (10), 123 profissionais, entre bombeiros, brigadistas do ICMBio, voluntários, policiais militares e equipes da Prefeitura de Alto Paraíso, atuavam para combater o incêndio.
Após avaliação do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) no domingo, as corporações informaram que satélites não detectaram mais focos de calor na região. A extinção das chamas foi confirmada por um drone.
O fogo teve início no dia 25 de setembro, em uma propriedade rural no município de Cavalcante, no interior da Área de Proteção Ambienta (APA) do Pouso Alto.
Segundo a nota dos bombeiros e do ICMBio, dos 75.455 hectares destruídos pelo fogo, 24 mil são no interior do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o que corresponde a 10% de sua área total. Outros 51 mil hectares estão na APA Pouso Alto, o que corresponde 6% da Unidade de Conservação.
Ao longo dos 16 dias de combate às chamas, 250 profissionais do ICMBio, Corpo de Bombeiros Militares do Estado de Goiás, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e Brigadistas Voluntários da Rede Contra Fogo e da Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante, atuaram na região. Eles tiveram o apoio de cinco aviões, um helicóptero e 30 veículos.
Protesto após visita do ministro
No sábado (10), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobrevoou a área incendiada. Nas redes sociais, ele fez posts manifestando apoio e dizendo que estava na “linha de frente” nas ações desenvolvidas para extinção do incêndio, que já consumiu 67 mil hectares de vegetação.
Após a visita do ministro, moradores da região protestaram distribuindo plaquinhas pelas ruas de Alto Paraíso com as escritas: “fora Salles”. Segundo uma das moradoras, que não quis se identificar, o ministro chegou à região após semanas de incêndio, se “gabando” do trabalho realizado por brigadistas que, em muitos casos, são voluntários.
Além disso, outra situação que está revoltando parte dos moradores é a utilização de um “retardante de fogo”, que estaria sendo cogitado o uso na Chapada dos Veadeiros, por parte do ministério, segundo os moradores.
Em nota ao portal de notícias G1, sobre as críticas relatadas, a assessoria do Ministério do Meio Ambiente chamou os moradores de “maconheiros” e disse que a opinião deles “não tem relevância”. “A opinião de meia dúzia de maconheiros não tem relevância”, escreveram, em nota.
No domingo (11), Salles fez nova postagem no Twitter: “Acabou o incêndio na Chapada dos Veadeiros!”, escreveu. As informações são do portal de notícias G1.