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Brasil Filho de ditador desiste do Brasil e retorna à Guiné Equatorial; assessor pede a devolução dos bens apreendidos

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Mala com dólares e reais apreendida com a delegação da Guiné Equatorial. (Foto: Divulgação)

O avião do governo da Guiné Equatorial decolou na manhã deste domingo (16) do Aeroporto Internacional de Viracopos (SP), em Campinas (SP), rumo a Malabo, capital do país africano, sem a mala com US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil, e os cerca de 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões, apreendidos com a delegação na chegada ao Brasil, na sexta-feira (14).

Não havia confirmação oficial de que o vice-presidente do país, Teodoro Obiang Mang, estaria no voo. Filho do ditador africano que comanda a Guiné Equatorial há 39 anos, Teodorín, como é conhecido, teria vindo ao Brasil para realizar tratamento médico, conforme depoimento do secretário da Embaixada à Polícia Federal. Leminio Akuben Mikue explicou às autoridades brasileiras que Teodorín veio ao Brasil para tratamento médico, e que o US$ 1,4 milhão em uma das malas seria utilizado em missão oficial posterior, com destino a Singapura. Sobre os relógios, o secretário informou que seriam de uso pessoal de Teodoro Obiang Mang.

O Boeing 777-200, pertencente ao governo do país africano, decolou de Campinas às 6h21min com os 11 integrantes da comitiva. A reportagem tem tentado contado desde a noite de sexta-feira com a embaixada do Brasil na Guiné Equatorial, sem sucesso. A Polícia Federal disse que o caso está sob sigilo diplomático e a Receita Federal não comenta o caso. Em nota, o Itamaraty informa que “se manteve em coordenação permanente com a Receita Federal e a Polícia Federal no acompanhamento do caso, inclusive quanto à adoção das medidas cabíveis”.

A apreensão

O avião com a delegação da Guiné Equatorial chegou a Viracopos na sexta-feira à tarde vindo de Malabo, capital do país. Além do vice-presidente, 10 pessoas estavam a bordo. Embora trouxesse uma autoridade do governo do Estado africano, o voo não era uma missão diplomática oficial.

Em missões oficiais, as chamadas malas diplomáticas – que contêm documentos e objetos de uso oficial do país de origem – não podem ser fiscalizadas no destino. A aeronave da Guiné Equatorial, entretanto, trazia um conjunto de malas não diplomáticas, que não possuem essa proteção.

Quando agentes da Receita e da Polícia Federal tentaram analisar o conteúdo dessas malas, seguranças que estavam no voo tentaram impedir. Houve confusão. Membros da comitiva foram levados para prestar esclarecimentos às autoridades brasileiras, mas o vice-presidente foi liberado do procedimento.

Homenagem à Guiné Equatorial

Teodorín esteve no Brasil em 2015, quando a escola de samba Beija Flor, do Rio de Janeiro, fez um desfile em homenagem à Guiné Equatorial.

Saiba mais sobre Teodorín:

Tem 49 anos e é vice-presidente da Guiné Equatorial, apontado como sucessor do pai, o ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. O pai é o ditador há mais tempo no poder na África. Ele governa há 39 anos, desde que deu um golpe no próprio tio, Francisco Macías.

Nguema é o oitavo presidente mais rico do mundo, segundo a revista “Forbes”. Sua fortuna é estimada em US$ 600 milhões – mas o valor exato é desconhecido. Teodorín já foi condenado na França e nos EUA por corrupção e crimes financeiros, e não esconde sua fortuna em carros, imóveis e outros objetos e hábitos de luxo. Em 2018, as brasileiras Lexa e Ludmilla estiveram entre os astros pop que tocaram na festa de aniversário de Teodorín.

A ex-colônia espanhola na África Ocidental tem 1,2 milhão de habitantes. A Guiné Equatorial é a terceira maior produtora de petróleo da África, mas a população é extremamente pobre (138º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano). Enquanto isso, o ditador e seu filho não escondem sua fortuna pelo mundo.

A França é o país que mais aperta o cerco contra Teodorín, mas nunca conseguiu que ele cumprisse pena pelos alegados crimes financeiros. Em 2012, a França já havia o condenado por corrupção e, no ano seguinte, chegou a pedir sua extradição ao Brasil quando ele passou pelo país no Carnaval, mas ele não foi pego.

As autoridades francesas desconfiaram dele após a aquisição de um palacete em Paris e carros de luxo. Um dos imóveis dele vale em 110 milhões de euros e fica perto do Arco do Triunfo. Entre os carros, estão Ferraris, Bentley, Bugatti Veyron, Porsche Carrera, Maybach Mercedes, Aston Martin, Maserati e Rolls-Royce. Em 2014, a Justiça dos EUA também decidiu que os bens dele em território norte-americano fossem confiscados.

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https://www.osul.com.br/apos-apreensao-de-dolares-e-relogios-de-luxo-aviao-do-governo-da-guine-equatorial-deixa-o-brasil/ Filho de ditador desiste do Brasil e retorna à Guiné Equatorial; assessor pede a devolução dos bens apreendidos 2018-09-16
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