Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2025
O sarampo é uma doença infecciosa, especialmente grave em menores de cinco anos, imunodeprimidos e desnutridos.
Foto: EBCA recente confirmação do contágio de sarampo por uma mulher de 50 anos, residente em Porto Alegre, sem vacinação comprovada contra a doença e com histórico de viagem aos Estados Unidos motivou a Secretaria Estadual da Saúde (SES) a reforçar o alerta para a necessidade de imunização. Trata-se do primeiro caso conhecido no Rio Grande do Sul em 14 meses.
Em 3 de abril, dias após retornar do Exterior, ela apresentou sintomas febre, mialgia, cansaço, tosse e coriza. Mmanchas avermelhadas surgiram discretamente no dia 6, primeiro de forma sutil no rosto e depois evoluindo para tórax, abdômen e membros. A paciente acabou hospitalizada e sob isolamento de 8 a 11 de abril, período em que teve também detectada redução do número de plaquetas no sangue.
A mulher informou ter realizado esquema vacinal completo contra o sarampo, mas não apresentou comprovante do procedimento. Amostras clínicas enviadas ao Laboratório Central do Rio Grande do Sul (Lacen-RS) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) resultaram em teste positivo em 17 de abril.
Em 31 de março, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) já havia publicado uma Nota Informativa sobre o sarampo, alertando para a intensificação das ações de vigilância em outros Estados brasileiros e no continente americano. Já foram identificados no País, desde janeiro, três casos no Rio de Janeiro, um em São Paulo e outro Distrito Federal, além da já mencionada ocorrência gaúcha.
A medida mais efetiva para a prevenção é a vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de 1 a 59 anos, de acordo com as indicações do calendário de rotina.
Todas as pessoas com idade entre 1 e 59 anos têm indicação para serem vacinadas contra o sarampo. Adolescentes e adultos sem o procedimento ou com esquema incompleto devem iniciá-lo ou completá-lo conforme a situação encontrada, respeitando-se as diretrizes do Calendário Nacional de Vacinação.
São duas as vacinas disponíveis contra a doença. A tríplice viral protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, enquanto a tetraviral abrange essas três e também a varicela. Confira os grupos prioritários:
– 1 ano aos 5 anos incompletos: primeira dose com a tríplice viral aos 12 meses, seguida de segunda aplicação aos 15 meses com a tetraviral (ou tríplice viral + varicela monovalente).
– 5 aos 29 anos: duas doses da vacina tríplice viral.
– 30 aos 59 anos: uma dose de tríplice viral.
– Trabalhadores da saúde: duas doses de tríplice viral.
A vacina tríplice viral é contraindicada, porém, durante a gravidez. As gestantes não vacinadas ou com esquema incompleto devem receber a vacina no puerpério (45 dias após o parto, período também conhecido como “quarentena”).
O Ministério da Saúde trabalha como uma meta de 95% de imunização infantil contra o sarampo. Nos últimos dois anos, esse objetivo foi alcançado pelo Rio Grande do Sul no que se refere à primeira dose, porém o mesmo não ocorreu em relação à segunda aplicação.
O sarampo é uma doença infecciosa e potencialmente grave em menores de 5 anos, imunodeprimidos e desnutridos. É extremamente contagiosa, causada por um vírus transmitido de por via aérea ao se tossir, espirrar, falar ou simplesmente respirar.
Seus principais sinais e sintomas são o aparecimento de manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5°C) acompanhada de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse seca, irritação nos olhos (conjuntivite) e nariz escorrendo (coriza). A transmissão começa seis dias antes e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
Os últimos casos ocorridos dentro do Rio Grande do Sul (sem histórico de viagem) foram registrados entre 2018 e 2020, com 185 confirmações no período. Em janeiro de 2024, o Estado confirmou um caso importado de sarampo em crianças de três anos, sem vacinação prévia, procedente de país asiático e sem outros casos derivados.
– 2025: 1 caso (importado).
– 2024: 1 caso (importado)
– 2021 a 2023: nenhum.
– 2020: 37 casos.
– 2019: 101 casos.
– 2018: 47 casos.
– 2012 a 2017: nenhum.
– 2011: 8 casos.
– 2010: 7 casos.
(Marcello Campos)
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