Quarta-feira, 11 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 19 de outubro de 2023
O governo Lula passou a orientar, informalmente, os servidores a tratarem com neutralidade a guerra em Israel. No meio desta semana, Hélio Doyle foi demitido da presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por ter compartilhado uma postagem no seu perfil no X (antigo Twitter) que diz que apoiadores de Israel são “idiotas”.
A recomendação do governo é direcionada, principalmente, a ocupantes de cargos de chefia. O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, disse que a orientação é apenas que os servidores usem o bom senso. “Não existe uma recomendação formal. A posição do governo é a posição do presidente. É bom senso”, afirmou.
Desde o ataque do grupo extremista Hamas a Israel no dia 7, o governo tem recebido críticas por não classificar o grupo como terrorista. O Brasil tem adotado uma postura contrária ao conflito, porém com linguagem cautelosa.
O presidente e alguns ministros usaram expressões como “ataques terroristas” e “atos terroristas”, mas sem associá-las expressamente à organização responsável pelos ataques com assassinatos e sequestros de civis, incluindo crianças, em Israel nos últimos dias. O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA) foi o único integrante do primeiro escalão a classificar o Hamas diretamente como terrorista nas redes sociais.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou a posição do Brasil, afirmando que o País adota a classificação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para designar entidades terroristas, que não inclui o grupo palestino.
“Nem a organização [Hamas] como um todo, nem as brigadas foram consideradas organizações terroristas pelo Conselho de Segurança da ONU até agora. Portanto o Brasil segue essa orientação”, disse.
No início desta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva orientou a base no Congresso a focar na pauta econômica. O pedido ocorreu porque a guerra em Israel está sendo usada pela oposição para causar desgaste ao governo, além de dividir os parlamentares da base.