Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de outubro de 2019
Depois de dois meses em queda, os juros do cheque especial voltaram a subir no país. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (25) pelo Banco Central, a taxa na modalidade de crédito mais cara do Brasil ficou em 307,6% ao ano em setembro. Os juros do cartão de crédito rotativo também subiram e alcançaram 307,8% ao ano.
Os dados do BC também mostraram que o brasileiro passou a recorrer mais ao cheque especial. No acumulado em 12 meses, o saldo nessa linha de crédito cresceu 16,1%, para R$ 26,4 bilhões. Esse movimento ocorreu apesar das novas regras para a linha de crédito em vigor desde o ano passado.Em abril de 2018, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) anunciou uma autorregulação para oferecer uma linha de crédito alternativa, mais barata, para clientes que estiverem com mais de 15% do limite comprometido por mais de 30 dias.
Na avaliação do chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, essa alta pode ter ocorrido por dois motivos: ou os bancos ofereceram linhas de crédito alternativas sem reduzir os limites de cheque especial ou houve uma ampliação da base de clientes. Rocha destacou que o ideal é que se fique o menor tempo possível nessa modalidade de crédito.
“A ideia do cheque especial é que as pessoas utilizem pelo menor tempo possível, de forma mais breve, sempre que possível saiam dessa linha, busquem planejar melhor. Essa linha aumentou 1,1% no mês. Da mesma forma, a taxa de juros no cheque especial aumentou 0,7 ponto percentual agora em setembro”, afirmou.
A alta nos juros do cheque especial foi um ponto fora da curva num contexto de redução global das taxas. Na média, os juros no Brasil ficaram em 24,1% em setembro, menor patamar do ano, refletindo o ciclo de redução da taxa Selic, que baliza o sistema financeiro e está em 5,5% ao ano, a mínima histórica.
Nas linhas para pessoas físicas, o destaque está para o crédito consignado, cuja taxa ficou em 21,4% ao ano, a menor da série histórica.
“O saldo do consignado supera R$ 370 bilhões, neste caso, representa por volta de um terço do total do crédito livre a pessoas físicas. Sua taxa de crescimento está acima de dois dígitos. E quer a gente mensure o crédito consignado pelo ICC (indicador que mede o custo de crédito) ou taxa de juros, essa modalidade tem a menor taxa de juros da série histórica do Banco Central” destacou Fernando Rocha.