Sábado, 25 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de julho de 2021
No primeiro sinal de recuo, dias após os maiores protestos desde 1994, desencadeados principalmente pela escassez de remédios e alimentos, o governo de Cuba autorizou a importação por meio de passageiros que chegam ao país de alimentos, produtos de higiene e medicamentos sem limite de valor de importação e sem pagamento de tarifas.
Segundo o primeiro-ministro Manuel Marrero a medida é excepcional e entrará em vigor na próxima segunda-feira, com validade até o fim do ano. A atual legislação cubana sobre a entrada desses produtos com viajantes consiste em um complexo sistema de pontos e limites de peso que estabelece tarifas sobre itens em excesso.
No caso de medicamentos, é permitido trazer para o país até 10 quilos. A partir de segunda-feira, todas essas restrições serão eliminadas nos pontos de entrada em Cuba, exceto nos aeroportos de Cayo Coco e Varadero, disse o primeiro-ministro.
Espera-se que o efeito desta medida seja limitado, pelo menos a curto prazo, já que, devido à pandemia de covid-19, há poucos voos internacionais para Cuba.
Fontes na Casa Branca revelaram que o governo do presidente Joe Biden está revendo várias medidas adotadas durante o governo de Donald Trump para ajudar os cubanos que enfrentam problemas econômicos ampliados pela pandemia.
Segundo as fontes, a revisão poderia levar à flexibilização das restrições às remessas que os cubano-americanos podem fazer para suas famílias em Cuba. Estima-se que essas remessas sejam de entre US$ 2 bilhões a US$ 3 bilhões ao ano, representando a terceira maior fonte de divisas em Cuba depois da indústria de serviços e turismo.
Acesso à internet
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira (15) que estuda maneiras de restaurar o acesso à internet em Cuba, país que ele classificou como um “estado falido”.
“O comunismo é um sistema fracassado, um sistema universalmente fracassado. E não vejo o socialismo como um substituto muito útil, mas isso é outra história”, declarou Biden, em coletiva de imprensa durante a visita da chanceler alemã Angela Merkel a Washington.
No último domingo (11), Cuba teve os maiores protestos contra o governo dos últimos 60 anos. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, disse que o país sofre um “terrorismo midiático”. Para ele, existe uma campanha nas redes sociais contra o seu governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo, das agências de notícias Efe e AFP e da BBC News.