Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 24 de outubro de 2018
Em depoimento prestado nessa quarta-feira na PF (Polícia Federal) em Juiz de Fora (MG), uma jovem de 25 anos admitiu ser autora de uma mensagem postada em rede social com ameaça à vida de um candidato à Presidência da República. Ela foi identificada por meio de técnicas digitais de reconhecimento facial.
O caso envolve denúncia por crimes de violação do sigilo do voto e de incitação ao crime de homicídio. De acordo com a assessoria da corporação, entretanto, ela não teve a intenção de incitar a prática de crime e, “diante da repercussão negativa da postagem, a ocultou em seu perfil”.
O interrogatório ocorreu no âmbito da operação “Olhos de Lince”, que já deflagrou nove ações, dentre elas quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS), além de intimações de investigados nesta última e também em Juiz de Fora (MG), Varginha (MG) e Recife (PE).
As ações fazem parte das atividades realizadas pelo Centro Integrado de Comando e Controle Eleitoral 2018 e são resultado do trabalho desenvolvido pela PF no acompanhamento das redes sociais, com o objetivo de identificar e evitar possíveis crimes eleitorais e ameaças aos candidatos que concorrem ao pleito.
A identificação dos investigados foi realizada através da utilização de técnicas de reconhecimento facial que, por meio de critérios científicos, permitem a realização de análises e comparações das características faciais, como cicatrizes, manchas e proporções, possibilitando a identificação de forma técnica e precisa dos suspeitos.
Uberlândia
Também em Minas Gerais, um jovem de 21 anos foi ouvido pela mesma operação, após ser alvo de mandado de busca e apreensão. Investigações apontaram que no dia 9 deste mês o jovem publicou na internet uma mensagem incitando a violência contra um dos presidenciáveis.
“Isso é crime de incitação à violência e apologia ao crime e, por isso, foi cumprido mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Eleitoral na casa dele”, contou o delegado responsável pelo inquérito. Foram apreendidos celulares e computadores na casa do jovem para serem periciados, a fim de comprovar o crime. Ele não precisou ser conduzido e nem preso.
Ao ser ouvido pelos agentes federais, o rapaz disse que só queria que as pessoas “curtissem” o que escreveu. Ele disse ter recebido ameaças e que, por esse motivo, decidiu retirar o texto das redes sociais. Ele poderá ser processado por apologia ao crime e incitação à violência.
“Temos que compreender que a liberdade de expressão é uma garantia constitucional, mas vem atrelada à responsabilidade. A pessoa é responsável pelo que fala”, frisou um dos agentes. A exemplo do que ocorreu em Juiz de Fora, os nomes do morador de Uberlândia e do candidato à Presidência ameaçado, bem como a rede social que serviu de veículo, não foram mencionados pelo delegado por questão de segurança e também porque a operação investiga citações a ambos presidenciáveis.