Quarta-feira, 24 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2019
O desembargador Carlos Eduardo Zietlow Duro, presidente do TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul), recebeu do Sindijus (Sindicato dos Servidores da Justiça) um ofício informando que uma assembleia-geral decidiu pelo fim da greve da categoria no Estado, iniciada em 24 de setembro. Os funcionários devem retomar normalmente as atividades nesta segunda-feira.
A compensação dos dias em que os funcionários cruzaram os braços será definida pelas comarcas locais, sem prazo final pré-estabelecido e de forma negociada com os próprios trabalhadores. Já os salários que haviam sido descontados serão depositados por meio de folha suplementar, no dia 10 de dezembro, para quem realizar a compensação.
Ao todo, foram 52 dias de paralisação, encerrada após negociação que garantiu o atendimento às reivindicações apresentadas pelo movimento. Confira, a seguir, outros itens da pauta de reivindicações que receberam o sinal verde do comando do órgão, a fim de encerrar a greve:
– Formação de um grupo de trabalho para discutir a valorização das carreiras dos servidores do Judiciário gaúcho;
– Realização, ainda neste ano, de uma votação sobre o pedido de equiparação do auxílio-refeição em Órgão Especial;
– Maior agilidade na análise das solicitações de reajuste do valor do auxílio-condução para oficiais de Justiça;
Outro ponto ressaltado por ambas as partes é a rejeição, por 44 votos a dois, do projeto de lei que previa a extinção do cargo de oficial escrevente no quadro funcional do TJ-RS, com respectiva substituição pelo cargo de técnico judiciário.
Dados do Sinidjus apontam que mais de 3,5 mil funcionários exercem hoje a função e corriam o risco de entrar em uma espécie de “limbo profissional” caso o plano fosse levado adiante.
“Vitória”
Para o Sindicato dos Servidores da Justiça, o desfecho da mobilização foi “uma vitória da categoria”. O diretor de política da entidade, Marco Velleda, falou em “sucesso”, “resultado direto da luta dos servidores” e “maior greve da história do Judiciário gaúcho”.
“O movimento ganhou destaque no Rio Grande do Sul e também repercutiu em todo o Brasil, com o apoio de entidades parceiras que apoiaram a nossa batalha”, frisou. “A categoria está de parabéns pela garra e pela persistência nesses 52 dias.”
A decisão pelo fim da greve, no entanto, não encerra a mobilização da categoria, conforme alertaram os dirigentes das entidades. Representantes do movimento salientam que a categoria deve permanecer mobilizada e fiscalizar de perto o cumprimento dos compromissos firmados pela cúpula do TJ-RS.
“Caso esses compromissos não sejam atendidos, a categoria deve estar preparada para realizar o enfrentamento”, advertiu o coordenador-geral do Sindicato, Fabiano Zalazar: “Já mostramos ao Tribunal e à sociedade gaúcha a capacidade de mobilização de nossa categoria e a força da nossa união.
“No próximo ano, teremos uma nova Administração que terá de dar continuidade ao compromisso firmado com os trabalhadores; ficaremos vigilantes e acompanharemos de perto todos os pontos da nossa negociação”, finaliza.
(Marcello Campos)