Domingo, 04 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de julho de 2015
Pequeno, frio e absurdamente remoto, Plutão sempre foi muito cioso dos seus segredos. Desde que foi descoberto, em 1930, o planeta anão permanece em sua órbita inacessível, com a superfície gelada nos apresentando uma imagem turva que até mesmo os telescópios mais potentes não conseguem tornar nítida. Sabemos algo a respeito de Plutão, mas não muito, na verdade.
Tudo deve mudar na próxima terça-feira, quando se prevê a passagem da sonda New Horizons, da Nasa (agência espacial americana), a meros 12,5 mil quilômetros do planeta congelado. Se a manobra, arriscada, correr bem, esse contato passageiro vai nos descortinar o derradeiro mundo inexplorado no Sistema Solar clássico. Por fim, vamos ficar frente a frente com o ex-nono planeta – e poderemos dar uma boa espiada tanto na sua superfície como na de Caronte, a sua principal lua. Os cientistas têm algumas ideias do que vão encontrar, mas estão prontos para uma grande surpresa. “O Plutão que imaginávamos vai se dissipar como fumaça”, reconhece Alan Stern, da missão New Horizons.
Não é a primeira vez que Plutão promete surpresas. Em 2006, o ano de lançamento da New Horizons, o astro sumiu da lista de planetas e reapareceu na categoria de “planeta anão”. Evidentemente, isso se deve mais aos astrônomos terrestres do que a um golpe de prestidigitação celestial, mas a verdade é que Plutão vem se revelando problemático desde que foi descoberto.
Travessia perigosa.
Lançada da base de lançamentos do Cabo Canaveral, na Flórida, a New Horizons atravessou todo o Sistema Solar, deslocando-se a uma velocidade média de quase 1,6 milhão de quilômetros por dia. Ela alcançou Júpiter pouco mais de um ano depois, e usou a gravidade do planeta gigante para acelerar ainda mais e poupar quatro anos do tempo total da viagem. No entanto, mesmo com esse recurso, ainda levou mais oito anos para chegar ao ex-planeta, que se encontra cerca de 40 vezes mais distante da Terra do que o próprio Sol. O que significa que faz muito frio por lá. Em Plutão, as temperaturas podem chegar perto dos 240 graus negativos.