Domingo, 05 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de junho de 2020
Por meio de um decreto municipal, a prefeitura alterou nesta sexta-feira (26) alguns itens sobre as restrições ao funcionamento das academias na Capital gaúcha por causa da pandemia de coronavírus. Pelas novas diretrizes, que atendem parcialmente a reivindicações da categoria, esses estabelecimentos estão autorizado a funcionar em clubes sociais, shopping centers e condomínios, mediante restrições.
“Poderá utilizar o espaço um aluno por vez ou morador da mesma residência, com permissão para ser acompanhado de um profissional”, explica um trecho do documento publicado em edição-extra do Diário Oficial de Porto Alegre reproduzido no site oficial www.prefeitura.poa.br. “O atendimento deve ocorrer de forma individualizada e com as regras de higienização respeitadas.”
Durante a manhã, representantes do segmento haviam realizado uma manifestação em frente ao Palácio Piratini, no Centro Histórico de Porto Alegre, contra as restrições impostas pelo sistema de distanciamento controlado em vigor no Estado, segundo o qual as academias e similares devem manter as portas fechadas em regiões do mapa gaúcho sob bandeira vermelha.
O protesto contou com dezenas de participantes, desde empresários a professores e personal trainers, que permaneceram das 9h às 11h na área junto à Praça da Matriz que é tradicionalmente utilizada para os mais variados atos públicos. Na pauta da categoria, o pedido para que as academias sejam consideradas atividades essenciais, sob o pressuposto que prestam serviços na área da saúde e mantêm procedimentos seguros de higienização e distanciamento.
No final da manhã, o grupo se dirigiu a pé para a área diante da sede da prefeitura, onde uniu vozes a uma manifestação de empresários do segmento do comércio, também alvo de medidas restritivas em âmbito municipal e estadual.
Inconformidade
Esse foi o segundo protesto em menos de 48 horas. Na quinta-feira, cerca de 200 comerciantes reclamaram em frente ao Paço Municipal contra o fechamento do comércio em Porto Alegre, determinado pelo decreto municipal 20.625 para conter o avanço da pandemia de coronavírus e reduzir a demanda pela rede de saúde na cidade. O grupo ostentava cartazes e mensagens por meio de uma caixa de som.
Na pauta da reivindicação, o relato de prejuízos decorrentes suspensão das atividades consideradas não essenciais. O Executivo municipal se manifestou após o ato público. “A prefeitura lamenta precisar tomar medidas drásticas que fecham comércio e serviços, mas age de acordo com as evidências apresentadas diariamente por uma equipe competente, formada por profissionais que estudam e entendem a situação epidemiológica da cidade”, frisou o texto.
“Nenhum lugar do mundo conseguiu conter o avanço do vírus sem barrar a circulação de pessoas”, acrescentou. “Eventos como este protesto, que gera aglomeração de pessoas, são o motivo pelo qual a prefeitura precisou fechar novamente o comércio.” O prefeito Nelson Marchezan Júnior também atribuiu parcela de culpa à população e aos próprios comerciantes:
“Infelizmente, parte da sociedade e dos empresários não entendeu que a liberação só poderia continuar se cada um fizesse a sua parte, evitando aglomerações e adotando as medidas de higiene. Nos últimos dias, o que se viu nas ruas foi uma grande circulação de pessoas desconsiderando que enfrentamos uma pandemia”.
No sistema de distanciamento controlado do governo do Estado, Porto Alegre encontra-se classificada na bandeira vermelha (risco alto de contágio por coronavírus), o que impõe uma série de restrições às atividades econômicas. O aumento veloz de internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) definiu as novas medidas adotadas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior.
(Marcello Campos)