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Por Redação O Sul | 3 de agosto de 2017
No pronunciamento de 8 minutos que fez após a Câmara dos Deputados rejeitar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer, o peemedebista reiterou que seguirá com as reformas e ações que julga essenciais para o País. “Diante dessa eloquente decisão do Legislativo, eu posso dizer que seguiremos em frente com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou há pouco mais de um ano”, declarou.
Ele destacou aspectos como a reforma trabalhista, além da queda da inflação e dos juros, que têm ocorrido durante a sua gestão, iniciada em maio do ano passado, a partir do afastamento de sua antecessora Dilma Rousseff pelo processo de impeachment: “Nós faremos muito mais ao colocar, como estamos fazendo, as nossas contas em ordem, de forma definitiva e equilibrada. E faremos também todas as demais reformas estruturantes que o país necessita”.
O presidente também disse que quer construir um país sem ódio ou rancor. “O Brasil está pronto para crescer ainda mais. Todos nós somos brasileiros, filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres”, disse. “O objetivo do meu governo é fazer um Brasil cada vez melhor. Farei isso a cada instante até o fim do meu mandato. Quero construir com cada brasileiro um país melhor, sem ódio ou rancor”.
O relatório do deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG), favorável à rejeição da denúncia, foi aprovado por 263 deputados, ao passo que outros 227 votaram contra. Para a denúncia seguisse ao STF (Supremo Tribunal Federal), o documento deveria ter sido rejeitado por 342 parlamentares.
Segundo interlocutores próximos, Temer passou a quarta-feira no Palácio do Planalto e assistiu em seu gabinete a sessão que decidiu pela rejeição da denúncia. Almoçou com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência da República). Ao longo do dia, também recebeu deputados, enquanto requerimentos ainda eram votados no plenário da Câmara.
Articulações
Com o resultado que o mantém na Presidência da República, a meta de Temer é retomar a agenda das reformas. As articulações pela aprovação da reforma da Previdência, pela simplificação tributária, além da agenda de viagens, voltam à pauta principal do governo. Temer tem viagem marcada para um encontro dos Brics (bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul), na China, e para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, ambas em setembro.
A vitória conquistada por Temer hoje veio após semanas de articulação política no Planalto e no Congresso. Temer recebeu dezenas de deputados, pedindo-lhes voto favorável. Os deputados Carlos Marun (PMDB-MS), Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Beto Mansur (PRB-SP) lideraram a frente de defesa a Temer. Os três visitavam o presidente com frequência, atualizando-o dos votos conquistados.
O próprio presidente fez o tradicional corpo-a-corpo, conversando com deputados em seu gabinete ou por telefone. Temer argumentou aos parlamentares que a acusação feita contra ele seria injusta e afetaria sua honra. Por meio de encontros, jantares, almoços e reuniões, o presidente foi construindo a vitória no plenário. Faltando duas semanas para a votação, ocorrida hoje, a base do governo já assegurava ter votos para inviabilizar o prosseguimento da denúncia.